BUENOS AIRES, 5 de out de 2006 às 07:29
O Cardeal dissertou sobre a situação da família à luz dos ensamentos do Papa Bento XVI nas jornadas de estudo "Penar a Família", que organizou a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Católica de Cuyo.
Neste contexto, lamentou que afirmações como "a família é um bem" ou "a família é uma obra divina", que considerou "indiscutíveis" com o passar do tempo, sejam "agora questionadas. E não somente questionadas, mas diretamente negadas quando não ludibriadas e objeto de burla e de desprezo".
O Cardeal enumerou frases da moda: "A família? Uma criação de tal ou qual circunstância cultural fortuita. O matrimônio entre homem e mulher? Um episódio ocasional: dá no mesmo que seja entre homem e homem, entre mulher e mulher. Sexo? Um acidente ocasional como tantos outros, facilmente corrigível com a cirurgia plástica. A geração dos filhos pela união de homem e mulher? Uma tradição superada: as descobertas da bioética oferecem uma gama de soluções diversas, mais sofisticada e refinada. O embrião? Um conjunto de células casuais, que nada impede de suprimir se criarem inconvenientes, então ou mais perto do nascimento, com o recurso que for".
Advertiu que "esta série de afirmações disseminadas e difundidas pela mídia, não são somente um programa pessoal de vida, o qual seria já bastante alarmante", porque "agora, a mesma série se converte, em várias legislações nacionais, votadas por parlamentos e outras instituições semelhantes, em reais possibilidades de conduta social, comparáveis se não superiores às velhas afirmações tradicionais".
A solução
Frente a esta situação, o Cardeal Mejía considerou que a resposta mais eficaz, "é simplesmente o que seguem apesar de tudo, infinidade de famílias no mundo inteiro: viver com decisão e alegria o que vivem, matrimônio e não convivência, consciência da diferença irredutível entre homem e mulher, geração dos filhos e não experimentos mecânicos e fisiológicos, amor no prazer e não agradar sem amor e sem nenhuma regra, que ao final mata o amor".
"O primeiro caminho é, então, o testemunho constante, cotidiano e ainda bastante universal, das famílias que vivem como famílias", e o segundo, semelhante ao primeiro, é "não ceder à tentação das miragens atuais, para não acabar negando com a vida o que se afirma com as próprias convicções: o que é mal é mau e não se pode tornar bom", assinalou.
Finalmente, apresentou "o terceiro caminho": recorrer a Deus para que "a conserve em meio das escuridões e as separações e as perversões que os homens e as mulheres, em virtude de nossa própria miopia e de nossa própria estupidez, inventamos para nosso mal".