SANTIAGO, 5 de out de 2006 às 22:28
O Arcebispo de Santiago, Cardeal Francisco Javier Errázuriz, expressou sua confiança de que o Governo da Michelle Bachelet cumprirá seu compromisso de não legalizar o aborto.Em declarações ao Canal 13, o Cardeal afirmou que "com respeito ao tema do aborto, tenho a segurança tanto da Presidenta da República como da Ministra da Presidência, de dizer 'neste Governo' não haverá leis que legalizem o aborto".
Sobre a distribuição da pílula do dia seguinte a adolescentes sem o consentimento de seus pais, o Cardeal afirmou que o primeiro é confirmar se esta "é abortiva ou não", porque se for, "as pessoas não podem usar algo que vai causar a morte de uma pessoa".
Recordou que a Igreja se preocupa com a formação dos jovens, a relação de pais e filhos e todo o concernente à vida em família. "Há programas de formação prévios ao matrimônio que são extraordinários, nos quais se ajuda os noivos a ter seu próprio projeto como uma realidade estável, duradoura, aberta à família", indicou. Disse que o fato de que estas iniciativas se realizem "em silêncio", não quer dizer que não existam.
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Do mesmo modo, advertiu que é um "grande problema" que os governos, ao dizer que "há muitos modelos de família", decidam não promover nenhum. Indicou que este "é um engano tremendo" porque embora haja "pessoas que não entendem sua união como um matrimônio", tal como a Igreja o entende, um país não pode ser indiferente à existência e importância das famílias nucleares.
O Cardeal Errázuriz recordou que a existência da família nuclear, com pai, mãe e filho, "influi na pobreza, na delinqüência, na mesma precocidade das relações sexuais". "Como é possível que o Governo não veja o bem comum mas só as liberdades individuais, e portanto que não promova aquilo que é favorável ao país!", questionou.
Finalmente, o Cardeal pediu respeitar as pessoas com tendência homossexual porque muitas vezes sofrem maus tratos. Entretanto, assinalou que a fórmula que se utilizar para regulamentar a união entre pessoas do mesmo sexo não pode ser uma que se converta em "casamento", a pesar de que sobre o papel não use esta palavra.
"É preciso examinar com cuidado se é que esta nova fórmula que se quer gerar cria um novo estado civil ou não, vale dizer se a união é exclusiva e excludente e, portanto, se apesar de não usar a palavra, converte-se em um pouco muito similar ao matrimônio ou não. É diferente fazer uma aliança sobre os bens ou ser união exclusiva e excludente que no final termina sendo algo igual ao matrimônio", expressou.