LONDRES, 19 de ago de 2004 às 12:31
Davina Chambers nunca mais será a mesma. Poucas horas depois de submeter-se a um aborto, entendeu que tinha matado seu próprio filho. Ela expulsou no banheiro de sua casa a cabeça despedaça de seu bebê, que tinha permanecido em seu ventre pelo descuido do médico que a atendeu.
A jovem inglesa de 29 anos de idade tinha apenas doze semanas de gestação. Decidiu abortar pois padecia de uma doença hepática, depressão e porque acreditava que não poderia atender a seus outros três filhos.
Entretanto, nunca imaginou que esse aborto –longe de resolver seu problema- lhe ocasionaria a maior dor de sua vida.
Chambers se submeteu ao aborto no King's College Hospital de Londres. Recebeu alta no mesmo dia, depois que os médicos lhe fizeram três “sondagens” para certificar-se de que tinha expulsado todas as partes do feto.
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Por fim, ocorreu o inimaginável. "À meia-noite fui ao banheiro e estava sentada, aí quando senti que algo saiu de mim como se tivesse dado a luz. Olhei para o vaso sanitário e vi algo que parecida ter um osso atravessado”, relatou.
Examinou o que expulsou junto com seu ex-companheiro e distinguiram olhos, nariz, boca e até orelhas. A cabeça media pouco mais de quatro centímetros. Os dois adultos irromperam em um profundo pranto.
Ao descobrir a cabeça, Chambers chamou uma ambulância e foi internada imediatamente. Os médicos desta vez lhe disseram que poderia ter morrido se a cabecinha permanecesse em seu útero por mais tempo. O homem que lhe fez o aborto pediu desculpas e tratou de levar-los restos de seu filho, mas a angustiada mãe resistiu e explicou que "desejamos dar uma sepultura adequada ao bebê”.
Uma porta-voz do King's College Hospital declarou à imprensa que Chambers já apresentou uma queixa formal pela negligência.