MADRI, 19 de ago de 2004 às 13:10
O doutor Justo Aznar, Chefe do Departamento de Biopatologia Clínica do Hospital Universitário de La Fé de Valência, advertiu que a clonagem de embriões humanos não serve para curar de forma imediata nenhuma enfermidade grave.
Aznar, que também é coordenador da Unidade Bioquímica de tal centro, realizou estas declarações com motivo de umas conferências celebradas no Torreciudad, advertindo que notícias como a do governo britânico autorizando a clonagem de embriões humanos “desorientam aos cidadãos do ponto de vista científico e ético”.
O perito valenciano apontou que a clonagem humana com fins terapêuticos é uma tergiversação científica porque “não existe segurança total sobre o desenvolvimento biológico das células procedentes de embriões clonados, além de que em 30 por cento dos casos podem desenvolver processos tumorais”.
Segundo Aznar, anúncios como o da Inglaterra de que este tipo de intervenções curarão o Parkinson ou o Alzheimer “é não informar corretamente aos cidadãos porque sua aplicação clínica não é possível no momento”.
Aznar explicou que tanto a chamada clonagem terapêutica como a reprodutiva implicam produzir seres humanos para logo destrui-los. “O caso aprovado na Inglaterra é reprovável porque tenta justificar a destruição de seres humanos. Estas investigações devem servir para avançar no conhecimento dos processos biológicos nas etapas iniciais da vida, não para curar a ninguém”.
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Segundo o Chefe do Departamento da Biopatologia do hospital valenciano, os que aprovam o uso de células-tronco de embriões descongelados teriam que reconhecer que “vale a pena destruir vidas humanas em troca de avançar em suas pesquisas e, então, que cada um julgue isto como quiser”.
Em relação à próxima reforma da Lei de Reprodução Assistida por parte do parlamento espanhol em outubro, Aznar disse que “se pretendem passar na utilização de células-tronco obtidas a partir de embriões congelados restantes de fecundação in vitro, o que indubitavelmente também requer terminar com a vida de uns embriões, que por outra parte são totalmente viáveis”.
Igualmente, o médico valenciano propôs a investigação com células-tronco adultas como alternativa à lei de novembro de 2003. “Na Espanha as universidades do Valladolid e Navarra, entre outras, já têm dados positivos sobre esta experiência e em cinco anos se pensa que possam ser aplicadas diretamente aos pacientes”.