MEXICO D.F., 26 de out de 2006 às 18:58
O Secretário Geral da Conferência Episcopal Mexicana (CEM), Dom Carlos Aguiar Retes, pediu ao ex-candidato presidencial Andrés Manuel López Obrador reconsiderar sua postura de um governo paralelo porque não ajuda o país."É preciso saber se localizar na história, sempre no momento que se vive. De minha parte o manifesto ao licenciado Andrés Manuel López Obrador que reconsidere sua decisão de há dois meses, acredito que estão defasadas e que em vez de colaborar com o país o prejudica", expressou o Prelado.
Em entrevista coletiva, Dom Aguiar explicou que as circunstâncias que se vivem hoje são diferentes das de 3 de julho, dia posterior às eleições. Indicou que inclusive agora "há convergência de interesses para certos assuntos" entre representantes do Partido Ação Nacional (PAN), do Presidente eleito Felipe Calderón, e do Partido da Revolução Democrática (PRD), de López Obrador.
Desde que os primeiros resultados indicaram Calderón como ganhador, López Obrador iniciou uma campanha de "desobediência civil" caracterizada por marchas e tomadas de praças, exigindo uma nova contagem de votos. Depois que o Tribunal Eleitoral do Poder Judicial da Federação ratificou a vitória do candidato do PAN, López Obrador anunciou a criação de um "governo paralelo" e novas medidas de protesto.
O problema de Oaxaca
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Por outro lado, Dom Aguiar assinalou que a crise de Oaxaca requer uma solução a médio prazo porque o problema que aí se vive vem "de muito tempo" atrás.
''Em Oaxaca há um problema que não emergiu de repente nem se gerou da noite para o dia, é um problema típico dos buracos que tem o país em matéria educativa, em matéria de tecido social, em matéria de liberdade e democracia'', expressou.
Do mesmo modo, indicou a necessidade de evitar "um enfrentamento entre a força pública e os setores que reclamam o desaparecimento de poderes, mas é necessário chegar a um acordo para uma reforma das instituições".
Desde que em maio a crise começou, o centro da capital de Oaxaca está tomado por membros da Assembléia Popular dos Povos (APPO) e do sindicato de professores. Parte das exigências é a renúncia do Governador Ulises Ruíz. A APPO anunciou que se até esta quinta-feira não deixar o cargo, na sexta-feira realizarão uma parada estatal com bloqueio de estradas e tomada de municípios.
Por sua vez, o sindicato magisterial, que além disso exige um aumento de salários, encontra-se avaliando se retorna ou não às aulas.