GUAYAQUIL, 7 de nov de 2006 às 20:09
Com financiamento holandês, o Governo do Equador distribui nos centros educativos de todo o país uns livros polêmicos de educação sexual que separam a sexualidade dos valores, desprezam a abstinência e promovem o início precoce das relações sexuais.Os textos têm caráter obrigatório e são editados pelo Ministério de Educação e Cultura com o apoio da Organização Pan-americana da Saúde, o Serviço Holandês de Cooperação ao Desenvolvimento e a Embaixada dos Países Baixos.
Nos exemplares preparados para nono ano de educação básica, quer dizer para menores de 13 e 14 anos de idade, aconselha-se a masturbação como "autoerotismo" e é apresentada como um modo de conseguir prazer, "uma manifestação normal e esperada dentro do desenvolvimento humano".
O texto à letra sustenta que a masturbação "ajuda a liberar tensão e a conhecer seu próprio corpo. Durante a puberdade pode servir como uma prática da aprendizagem do prazer sexual".
Em claro desprezo à abstinência sexual, o glossário do texto a apresenta como a "privação voluntária da satisfação total ou parcial de algo, neste caso do sexo". Os livros não mencionam as palavras matrimônio, castidade, valores, respeito, ou fidelidade.
Em declarações à ACI Prensa, a dirigente de Ação Pro-vida, Priscila de Barahona, informou que estes textos estão a disposição de crianças dos 10 anos de idade, "incitam-nos a utilizar anticoncepcionais, recomendam-lhes masturbar-se, apresentam as doenças sexualmente transmissíveis como assuntos que têm solução médica sem considerar a prevenção, e propõem o preservativo como único meio para evitar o contágio da AIDS, sem mencionar suas falhas conhecidas".
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Pílula do dia seguinte = aborto
A seção dedicada aos métodos anticoncepcionais inclui uma menção à pílula do dia seguinte que reconhece curiosamente, o que os pró-vida não deixam de proclamar: que este fármaco não é um método anticoncepcional, mas um potencial abortivo.
Ao apresentar a chamada "pílula anticoncepcional de emergência", o livro diz textualmente que "não é exatamente um ‘método anticoncepcional’ mas sim interrompe a possível evolução de um óvulo fecundado". O paradoxal é que a Constituição Política do Equador protege a vida desde a concepção.
Segundo Barahona, "estes textos são inconstitucionais. O Tribunal Constitucional proibiu a venda da pílula do dia seguinte por seu caráter abortivo e estes livros vão contra a lei".
"São textos que manipulam nossos adolescentes, levando-os a uma sexualidade promíscua e causarão que nosso país sofra os mesmos problemas de países desenvolvidos: mais AIDS, mais doenças de transmissão sexual e mais gravidezes precoces", acrescentou.