BOGOTÁ, 20 de ago de 2004 às 17:32
O representante da Igreja na Comissão de Conciliação expressou o apoio e cautela diante do oferecimento do governo às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para soltar 50 guerrilheiros em troca de 72 políticos e efetivos das Forças Armadas seqüestrados.
O Padre Darío Echeverri indicou que este gesto “é uma atitude inteligente de chamar os senhores das FARC a sentar-se à mesa e a negociar este acordo humanitário, mas ir construindo bases de confiança tão firmes que permitam chegar a um acordo e depois a diálogos de paz”.
O sacerdote explicou que se esta eventual negociação tiver êxito, poderia firmar as bases para que no futuro se explore a possibilidade de um diálogo de paz entre as partes.
A imprensa informou que no grupo daqueles que poderiam ser trocados, para a guerrilha está a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, 14 ex-deputados regionais, cinco ex-congressistas, um ex-ministro, um ex-governador, três americanos contratistas do Departamento de Defesa e vários efetivos do Exército e da Polícia, alguns seqüestrados há sete anos.
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Os familiares dos reféns receberam com otimismo e cautela a oferta do Governo e, embora reconheceram que é um gesto de boa vontade do Presidente Uribe, expressaram que falta muito para que se concretize a libertação.
“A possibilidade de terminar com esta tragédia enche o coração de alegria e nos dá medo de que isso acabe mal. Aspiramos e rogaremos a Deus para que termine bem”, afirmou Cláudia Rugeles, esposa do ex-governador do Departamento de Meta, Alan Jara.
“Seria terrível gerar uma frustração a mais para nossos familiares que estão nas montanhas da Colômbia”, declarou também Ângela do Pérez, esposa do ex-congressista Luis Eladio Pérez, que está há três anos seqüestrado.
Segundo a rede de rádio Caracol, as FARC teriam recusado a proposta de Uribe, mas até o momento, não houve nenhuma resposta oficial por parte da organização.