VATICANO, 14 de nov de 2006 às 12:35
Na apresentação da mensagem do Papa Bento XVI para a 93º Jornada Mundial do Emigrante e do Refugiado, as autoridades vaticanas pediram aos governos defender os direitos dos emigrantes, refugiados e suas famílias.O Cardeal Renato Martino e o Arcebispo Agostino Marchetto, respectivamente Presidente e Secretário do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Emigrantes e Itinerantes, apresentaram o documento nesta manhã. A Jornada Mundial se celebrará em 14 janeiro de 2007 sobre o tema: "A família emigrante".
O Cardeal explicou que junto com os que emigram com documentos em dia, "são cada vez mais aqueles que fogem de sua pátria em busca de um futuro melhor nos países desenvolvidos".
"Freqüentemente, a viagem se transforma em uma armadilha mortal" e muitos acabam envolvidos na "corrupção, criminalidade ou na prostituição". Neste contexto, lembrou o convite do Santo Padre a ratificar "os instrumentos legais internacionais para defender os direitos dos emigrantes, dos refugiados e de suas famílias".
O Cardeal Martino também afirmou que "nas sociedades em que a imigração é notável, o papel da célula familiar cede o passo ao indivíduo em sua capacidade produtiva ou de sucesso". Além disso, disse, "a língua, que é veículo de comunicação, converte-se em uma barreira divisória entre a primeira e as sucessivas gerações dentro da mesma família. Deste modo se acentua o isolamento dos membros do núcleo familiar, que às vezes supera os limites da solidão e da marginalização".
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"O isolamento é mais acentuado –continuou– entre as mulheres, encerradas entre os muros domésticos, com poucas possibilidades de relações externas, quando não acabam sendo, inclusive, vítimas do tráfico de seres humanos e da prostituição".
Depois de destacar a existência de "problemas econômicos para os que provêm de países pobres, assim como de integração no país de chegada", o Cardeal Martino recordou que "além da ajuda, a Igreja está chamada a oferecer um apoio moral e a formação cristã".
Por sua vez, Dom Marchetto indicou que "as famílias de refugiados deveriam encontrar uma acolhida calorosa nos países que os hospedam, mas hoje é doloroso constatar que a compreensão e a simpatia para eles diminui e o demonstra o fato de que se tomam medidas para fazer a vida mais difícil aos que procuram asilo. A situação dos deslocados internos é, em geral, ainda mais difícil porque ainda não há uma legislação internacional nesta matéria".
Segundo Dom Marchetto, "o acompanhamento é necessário para o processo de integração. Manifesta o respeito pelo outro e ao mesmo tempo permite que a pessoa ajudada mude, segundo o verdadeiro conceito de integração que não é assimilação. Para nós, essa atitude funda suas raízes no cristianismo e também hoje, em concreto, mostra o que a Igreja é e o que promove".