VATICANO, 25 de ago de 2004 às 14:35
Ao enviar de volta o Ícone da Mãe de Deus de Kazán a Rússia, o Papa João Paulo II revelou que sempre desejou que a imagem retornasse a esse país, pediu a guia de Maria para seus devotos russos e implorou sua intercessão pela unidade de todos os cristãos.
O Papa fez estas confissões na homilia desta manhã durante a solene entrega do ícone a uma delegação vaticana que entregará no sábado ao Patriarca ortodoxo russo Alexandre II.
O Santo Padre lembrou que “depois de ter atravessado vários países e de ter-se detido durante um longo tempo no Santuário de Fátima, em Portugal, faz mais de dez anos chegou providencialmente” à sua residência e “deste então esteve a meu lado e me acompanhou com seu olhar maternal meu serviço cotidiano à Igreja”.
O Pontífice evocou as muitas vezes nas quais invocou “à Mãe de Deus de Kazan, pedindo que proteja e guie o povo russo que lhe é devoto, e que chegue o quanto antes o momento em que todos os discípulos de seu Filho, reconhecendo-se irmãos, saibam recompor em plenitude a unidade perdida”.
Do mesmo modo, confessou que desde o início, desejou “que este santo ícone retornasse ao solo da Rússia, onde segundo testemunhos históricos, foi durante muitos anos objeto de uma profunda veneração por parte de gerações inteiras de fiéis. Ao redor do Ícone da Mãe de Deus de Kazan se desenvolveu a história desse grande povo”.
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Rússia cristã
O Pontífice destacou a herança cristã da Rússia e a chamou “a Santa Rus”. “Quando forças adversas se enfureceram contra a Igreja e trataram de apagar da vida dos homens o nome santo de Deus, aquele povo seguiu sendo profundamente cristão, testemunhando em muitos casos com o sangue a fidelidade ao Evangelho e aos valores que inspira”, assinalou.
OPapa pediu a Deus que “esta antiga imagem da Mãe do Senhor transmita à Sua Santidade Alexandre II e ao venerado Sínodo da Igreja ortodoxa russa o afeto do Sucessor de Pedro por eles e pelos fiéis que lhes foram confiados”.