VATICANO, 14 de dez de 2006 às 12:28
Depois de um encontro privado e intercâmbio de discursos, o Papa Bento XVI e o Arcebispo ortodoxo de Atenas e de toda a Grécia, Sua Beatitude Christodoulos, assinaram uma declaração comum em que chamam novamente à unidade definitiva entre católicos e ortodoxos."Nós, Bento XVI, Papa e Bispo de Roma, e Christodoulos, Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, neste lugar sagrado de Roma", diz o comunicado, "desejamos viver sempre mais intensamente nossa missão de dar testemunho apostólico, de transmitir a fé e anunciar a Boa Nova do nascimento do Salvador"
"Nosso encontro na caridade –adiciona o texto– nos faz mais conscientes de nossa tarefa comum: percorrer juntos o árduo caminho do diálogo na verdade para restabelecer a comunhão plena de fé no vínculo do amor".
O documento reconhece "os passos importantes no diálogo da caridade e nas decisões do Concílio Vaticano II em matéria de relações entre nós. Além disso, esperamos que o diálogo teológico bilateral aproveite estes elementos positivos para formular proposições aceitas de uma e outra parte, em espírito de reconciliação".
"Afirmamos", segue o documento assinado pelo Santo Padre e Christodulos, "unanimemente a necessidade de perseverar no caminho de um diálogo teológico construtivo. Porque, apesar das dificuldades, este é um dos caminhos essenciais de que dispomos para restabelecer a unidade tão desejada, para reforçar a credibilidade da mensagem cristã em uma época turbulenta da sociedade mas também de grande busca espiritual por muitos contemporâneos nossos, inquietos frente à globalização crescente, que às vezes ameaça inclusive ao ser humano em sua mesma existência e em sua relação com Deus e com o mundo".
O Papa e o Arcebispo reconhecem o enorme progresso da ciência, mas manifestam sua preocupação pelos experimentos sobre o ser humano, que não respeitam nem a dignidade nem a integridade da pessoa em todas as etapas de sua existência, desde a concepção até seu fim natural". Também pedem que se "protejam com maior eficácia" em todo mundo "os direitos fundamentais do ser humano, fundados na dignidade da pessoa criada à imagem de Deus".
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Palavras do Papa
No discurso que pronunciou à Sua Beatitude Christodoulos e sua delegação, o Santo Padre recordou que "a Grécia e Roma intensificaram suas relações do começo do cristianismo".
"Hoje nossas relações prosseguem lenta mas profundamente e com um desejo de autenticidade que permitem descobrir toda uma gama nova de expressões espirituais ricas de significado e de compromisso mútuo", acrescentou.
O Papa destacou além que católicos e ortodoxos devem "oferecer sua contribuição cultural e sobretudo espiritual. Têm o dever de defender as raízes cristãs do Continente europeu, que foi sido modelado ao longo dos séculos, e de permitir também à tradição cristã seguir manifestando e ogindo com todas suas forças em favor da defesa da dignidade da pessoa humana, do respeito das minorias, para evitar uma uniformidade cultural que poderia ocasionar a perda de imensas riquezas da civilização".
O Arcebispo Christodulos é uma das mais importantes autoridades da Igreja Ortodoxa Grega, cujo líder, máximo, Sua Beatitude Bartolomeu I, foi recentemente anfitrião do Papa Bento XVI na Turquia.