HAVANA, 9 de jan de 2007 às 16:03
O movimento cristão de esposas de presos políticos cubanos conhecido como as “Damas de Branco” convidaram na segunda-feira a “Peace Mom” norte-americana Cindy Sheehan a que visite as prisões cubanas e comprove a situação dos presos políticos.
As Damas de Branco enviaram uma carta a Sheehan que chegou no sábado passado na Ilha para reclamar o fechamento da prisão da base naval norte-americana de Guantánamo, e a exortaram a que visite também aos presos políticos da Ilha.
"A exortamos a que visite as prisões de Cuba, escolhidas ao azar, não preparadas pelo protocolo, e sobre tudo que visite a prisão provincial de Guantánamo", diz na carta as Damas de Branco; cujos familiares foram condenados em 2003 a penas de até 28 anos de cárcere por opor-se ao governo do Fidel Castro.
Sheehan se converteu em uma ativa opositora da guerra em Iraque depois de perder o seu filho Casey no conflito.
Em sua carta, as Damas de Branco expressam “solidariedade com a sua dor” e “compreensão pelos seus esforços pela paz”; mas assinalaram que “nós sentimos profundamente a dor porque nossos filhos, maridos e irmãos se encontram injustamente nos terríveis cárceres cubanos pelo único motivo de pretender exercer seu direito à livre expressão e contribuir pacificamente ao bem-estar do povo cubano”.
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As mulheres assinalaram que a saúde da maioria dos membros do grupo dos 75 que continuam na prisão está "seriamente danificada" e que muitos deles "permanecem nos cárceres junto a prisioneiros comuns, a maioria de alta periculosidade".
"Ao tempo que você e seus nobres seguidores se esforçam por que seja fechada a prisão norte-americana na base naval de Guantánamo, a poucas milhas, na Prisão Provincial de Guantánamo, território da República de Cuba, pacíficos e indefesos prisioneiros de consciência e políticos padecem condições desumanas, sem água potável, má alimentação, deficiente assistência médica, insetos e roedores, visitas muito espaçadas e comunicação precária", afirmam em sua carta à Sheehan.
Além disso, as Damas de Branco denunciam que elas e suas famílias foram “alvo da repressão do governo cubano por demandar insistentemente a liberdade imediata e incondicional" de seus familiares.
“Fomos sistematicamente visitadas por Segurança do Estado, perseguiram-nos com 'manifestações de repúdio' de pessoas mobilizadas pelas forças repressivas, nos faziam descer de automóveis, ônibus e trens para que não viajemos até Havana a nos reunir, dizem aos nossos maridos na prisão que as condições adversas em que se encontram se devem às nossas ações”, explicam também a carta.
Sheehan e sua delegação se transladarão a Guantánamo para protestar na quinta-feira diante das portas da base militar americana.