Episcopado francês condena seqüestro de jornalistas no Iraque por lei anti-religiosa

PARIS, 1 de set de 2004 às 12:19

O Presidente da Conferência Episcopal Francesa, Dom Jean Pierre Ricard, considerou como “chantagem intolerável” o seqüestro de dois jornalistas no Iraque por fundamentalistas que exigem ao governo revogar uma lei que proíbe o uso de símbolos religiosos em lugares públicos.

Enquanto o governo esgota todas as vias diplomáticas possíveis para salvar as vidas dos jornalistas, o Arcebispo do Bordeaux lamentou que os terroristas do Exército Islâmico do Iraque –que se atribuíram o seqüestro- recorram a estes meios.

Os fundamentalistas ameaçaram matando aos repórteres franceses em um prazo de 48 horas se o Governo não revogar a lei que entrará em vigor na quinta-feira e que proíbe sinais religiosos, como o véu islâmico, em lugares públicos.

Dom Ricard expressou em nome de todos os bispos franceses “a profunda proximidade da Igreja aos reféns”.

A polêmica lei foi repudiada em seu momento pelos prelados católicos ao atentar contra as crenças de muçulmanos e cristãos.