ROMA, 6 de set de 2004 às 13:03
Uma jovem comunidade monástica denominada a Fraternidade de Jesus, substituiu os beneditinos no cuidado da basílica romana de São Paulo Extramuros e agora procura devolver-lhe seu esplendor como um dos templos mais emblemáticos do catolicismo mundial.
Conforme informou o vaticanista de L’Esspreso, Sandro Magister, a segunda Basílica depois de São Pedro na lista das maiores Igrejas de Roma e do mundo- tinha perdido sua importância e prestígio.
“Os monges beneditinos que aí trabalhavam não eram mais do que uma dúzia, tinham uma idade cada vez mais avançada e estavam muito desgastados, as Missas estavam meio desertas, o território do templo tinha sido desmembrado e anexado às paróquias adjacentes”, assinalou Magister.
O vaticanista afirma que a Santa Sé chegou à conclusão de que para revitalizar a Basílica urgia substituir os monges e os escolhidos são uma nova e jovem comunidade monástica com muitas vocações.
A Fraternidade de Jesus foi estabelecida em um terreno de oito acres perto do Castelli Romani, entre o Lanuvio e Velletri, em Roma, com uma torre e umas quantas cabanas antigas. Não têm abadia nem convento, sua igreja é uma grande loja e suas celas são casas pré-fabricadas que serviram às vítimas do terremoto que em 1976 sacudiu Friuli.
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Segundo Magister, nesta comunidade é evidente “o selo de São Bento e São Bernardo, os pais da vida monacal ocidental, começando pelo nome que deram a seu lugar: Vallechiara. Como em Claraval e em todas as grandes abadias medievais, estes novos monges também cultivam a terra”.
O fundador e abade maior desta nova família monástica é Tarcisio Maria Benvenuti, de 58 anos de idade, e que chegou de Istria (Ex-Iugoslávia) como refugiado à Itália quando era menino. Ordenou-se sacerdote em Trieste, começou sua nova comunidade em 1972, e em 1985 se estabeleceu em Lanuvio.
Magister explica que os novos monges abraçaram o lema beneditino "ora et labora". “Têm oração comunitária na noite e começam a trabalhar o campo de madrugada, com a ajuda dos agricultores reunidos em duas cooperativas, gente jovem de um centro de reabilitação próximo e os convidados do mosteiro”.
O vaticanista sustenta que esta comunidade tem o apoio do Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé; do Arcebispo de Viena, Cardeal Cristoph Schönborn; e do Cardeal Giovanni Battista Ré, Prefeito da Congregação para os Bispos.
Além de ocupar-se de São Paulo de Extramuros, os monges da Vallechiara logo receberão uma importante igreja em Roma, São Saba all'Aventino, ainda a cargo dos jesuítas.