VATICANO, 3 de mai de 2007 às 11:32
O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, SJ, lamentou a atitude de um pouco conhecido cômico italiano que atacou o papa Bento XVI e à Igreja Católica durante o multitudinário concerto celebrado com ocasião de 1º de Maio frente à Basílica de São joão de Latrão, com o auspício das principais centrais sindicais italianas.
Durante o concerto, ao que assistem dezenas de milhares de romanos todos os anos, o jovem cômico Andrea Rivera tratou de catapultar-se à fama atacando ao Papa Bento XVI por “não ter evoluído nada”, e tratou de fazer brincadeiras sobre a postura da Igreja respeito ao uso de preservativos e a decisão de não lhe conceder um funeral católico ao ativista pró-eutanásia Piergiorgio Welby, que se suicidó em dezembro passado.
Em uma declaração efetuada na quarta-feira pela tarde ao telejornal da primeira cadeia da RAI, o Pe. Lombardi afirmou que “os comentários desrespeitosos sbre o Papa e a Igreja durante o concerto de 1° de maio foram evidentemente um ato irresponsável. É justo afirmá-lo e os dirigentes sindicais têm feito bem dissociando-se”.
O Pe. Lombardi se referiu à decisão dos líderes das três principais centrais sindicais italianas CGIL, CISL e UIL, que rapidamente tomaram distância das palavras de Rivera. O próprio cômico declarou na quarta-feira que “lamenta” a polêmica surgida por causa de suas afirmações e disse que “não queria ofender a nenhuma pessoa ou religião”.
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Por sua parte, o jornal do Vaticano L'Osservatore Romano, em um artigo titulado “Os vis ataques ao Papa, também isto é terrorismo”, afirmou que “terrorismo é lançar ataques à Igreja e alimentar o furor cego e irracional contra o que fala sempre do amor, o amor pela vida e pelo homem” e que é “ruim lançar pedras contra o Papa, sentindo-se respaldado pelos gritos de aprovação de uma massa facilmente excitável”.
L'Osservatore Romano destacou que as palavras do condutor “possivelmente sejam só expressões de uma desconcertante superficialidade”, mas que “seu perigo não é tão superficial”.
O vespertino recorda na nota as ameaças ao Presidente da Conferência Episcopal Italiana e Arcebispo de Génova, Dom Angelo Bagnasco, ao que desconhecidos enviaram um envelope com uma bala e frases insultantes e intimidatorias nas paredes de sua Catedral.
Por sua parte, o Pe. Lombardi particularizou que como tinham recordado nestes dias tanto o Presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano, e o Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de estado Vaticano, “é desejável que todos nos esforcemos para dissolver as tensões e recrear as condições para um diálogo sereno em nossa sociedade. Neste sentido, é oportuno que o que era uma evidente estupidez não se transforme em uma tragédia e em ocasião para acender de novo conflitos desmesurados”.