SÃO PAULO, 10 de mai de 2007 às 21:31
Ante mais de 60 mil pessoas que encheram o Estádio do Pacaembu, o Papa Bento XVI lançou à juventude católica latino-americana o grande desafio "de evangelizar aos jovens e a quão jovens andam errantes por este mundo, como ovelhas sem pastor" com liberdade, responsabilidade, preparação humana e vida espiritual.
O Santo Padre ofereceu uma profunda catequese sobre a passagem do jovem rico que aparece no Evangelho de São Mateus, a mesma que interrompida em muitas ocasiões pelos aplausos e vivas do público. O Papa disse ver no jovem rico do Evangelho a "todos vós, jovens do Brasil e da América Latina. Vieram correndo de diversas regiões deste Continente para nosso encontro; querem ouvir, pela voz do Papa, as palavras do próprio Jesus".
Depois de recordar que só Cristo dá sentido à vida, assegurou que os "jovens da Igreja" devem ser "os apóstolos dos jovens, convidem-nos a que venham com vós, a que façam a mesma experiência de fé, de esperança e de amor; encontre-se com Jesus, para que se sintam realmente amado, acolhidos, com plena possibilidade de realizar-se. Que também eles e elas descubram os caminhos seguros dos Mandamentos e por eles cheguem até Deus".
"Muitas vezes sentimos tremer nossos corações de pastores, constatando a situação de nosso tempo. Ouvimos falar dos medos da juventude de hoje. Revelam-nos um enorme déficit de esperança: medo de morrer, em um momento em que a vida se está abrindo e busca encontrar o próprio caminho de realização; medo de sobrar, por não descobrir o sentido da vida; e medo de ficar desligado diante da deslumbrante rapidez dos acontecimentos e das comunicações", confessou o Pontífice.
"Registramos o alto índice de mortes entre os jovens, a ameaça da violência, a deplorável proliferação das drogas que sacode até a raiz mais profunda à juventude de hoje, fala-se por isso, freqüentemente de uma juventude perdida. Mas olhando a vós, jovens aqui presentes, que irradiam alegria e entusiasmo, assumo o olhar de Jesus: um olhar de amor e confiança, na certeza de que vós encontraram o verdadeiro caminho", expressou.
Formação humana e espiritual
O Santo Padre explicou que os jovens católicos podem "ser protagonistas de uma sociedade nova se procuram pôr em prática uma vivência real inspirada nos valores morais universais, mas também um empenho pessoal de formação humana e espiritual de vital importância".
"Um homem ou uma mulher não preparados para os desafios reais de uma correta interpretação da vida cristã de seu meio ambiente será presa fácil de todos os assaltos do materialismo e do laicismo, cada vez mais atuantes em todos os níveis", advertiu.
O Papa assinalou que o jovem rico "tinha uma experiência da bondade e por isso, de Deus. E vós, jovens do Brasil e da América Latina já descobriram o que é bom? Seguem os mandamentos do Senhor? Descobriram que este é o verdadeiro e único caminho para a felicidade? Os anos estão vivendo são os anos que preparam seu futuro. O 'amanhã' depende muito de como estejam vivendo o 'hoje' da juventude".
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"Ante os olhos, meus queridos jovens, têm uma vida que desejamos que seja longa; mas é uma sozinha, é única: não a deixem passar em vão, não a desperdicem. Vivam com entusiasmo, com alegria, mas, sobretudo, com sentido de responsabilidade", destacou.
Desafios concretos
O Papa os desafiou a ser "homens e mulheres livres e responsáveis; façam da família um foco irradiador de paz e de alegria; sede promotores da vida, do início até seu final natural; amparem aos anciões, pois eles merecem respeito e admiração pelo bem que fizeram".
"O Papa também espera que os jovens procurem santificar seu trabalho, fazendo-o com capacidade técnica e com laboriosidade, para contribuir ao progresso de todos seus irmãos e para iluminar com a luz do Verbo todas as atividades humanas. Mas, sobretudo, o Papa espera que saibam ser protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna, cumprindo as obrigações ante ao Estado: respeitando suas leis; não se deixando levar pelo ódio e pela violência; sendo exemplo de conduta cristã no ambiente profissional e social, distinguindo-se pela honestidade nas relações sociais e profissionais", adicionou.
Segundo o Papa, "se conseguíssemos ver todo o bem que existe no mundo e, mais ainda, experimentar o bem que provém do próprio Deus, não cessaríamos jamais de nos aproximar dele, de elogiá-lo e agradecer", entretanto recordou que "para perceber o bem necessitamos de auxílios, que a Igreja nos proporciona em muitas oportunidades, principalmente pela catequese".
Neste sentido, o Papa assinalou que os Mandamentos "conduzem à vida, o que equivale a dizer que eles nos garantem autenticidade. São os grandes indicadores que nos assinalam o caminho certo. Quem observa os mandamentos está no caminho de Deus".
"Não basta conhecê-los. O testemunho vale mais que a ciência, ou seja, é a própria ciência aplicada. Não nos são impostos de fora, nem diminuem nossa liberdade. Pelo contrário: constituem impulsos internos vigorosos, que nos levam a atuar nesta direção".
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