Dom Jorge Eduardo Scheinig, arcebispo de Mercedes-Luján, rezou pela vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, por causa do ataque que ela sofreu em Buenos Aires, em missa celebrada no sábado (10) pela paz no país.

No dia 1º de setembro, Fernando Andrés Sabag Montiel apontou uma arma para a cabeça de Kirchner e tentou disparar. A arma falhou. Montiel, nascido no Brasil, filho de uma argentina e de um chileno, foi preso.

Estavam presentes à missa o presidente da Argentina, Alberto Fernández, ministros de Estado e vários partidários de Kirchner. Não havia representantes da oposição presentes.

Nas preces, depois de pedir a Deus pelo papa e pelos governantes, foi dito: "Senhor, nós vos pedimos que assim como cuidastes da vida da vice-presidente da nação, doutora Cristina Fernández de Kirchner, continueis a cuidar da vida de todos os homens e mulheres argentinos e pedimos que a violência nunca mais se instale, colocando em risco a convivência democrática”. A oração pela vice-presidente foi aplaudida pelos presentes.

A celebração foi acusada nas redes sociais de ser sum evento kirchnerista.

No final da missa, Scheinig pediu desculpas pelo que chamou de “mal-entendido”.

“Gostaria de fazer um esclarecimento. Este fim de semana os bispos da Argentina convidam todos a rezar pela paz, não pensamos em uma missa ou evento central, mas que seja feito em todas as missas e santuários, mas quando o prefeito de Luján me propôs fazer esta missa eu lhe disse que sim, eu achei que seria bom”, disse o arcebispo de Luján. “A missa cresceu em alcance e eu realmente quero me desculpar, quero fazê-lo de coração, porque talvez não convidei porque não queria fazer algo tão importante. Eu errei, meti os pés pelas mãos, como dizemos”.

“Não comuniquei e gerou-se todo um mal-entendido”, disse Scheinig. “Peço desculpas, de verdade, porque foi assim, foi rápido, e às vezes essas coisas fogem do nosso alcance".

Após sua explicação, Scheinig reiterou que a Igreja busca a fraternidade e a paz, e agradeceu a participação de todos. “Esta é a sua casa, estamos felizes de que venham sempre, esperamos por vocês. Obrigado".

A missa foi concelebrada por dom Gustavo Carrara, bispo auxiliar de Buenos Aires e vigário episcopal para a pastoral nas Villas de Emergencia, bem como por vários padres ‘villeros’, que são os padres da arquidiocese de Buenos Aires que vivem e trabalham nas favelas e comunidades pobres da capital argentina.

Em sua homilia, dom Scheinig destacou que “é urgente a oração pela paz e pela fraternidade. Este é o espaço adequado para rezar pela Pátria. A Igreja Católica e todos os credos são para isso”.

"Este lugar sagrado é como um concentrado da pátria porque aqui vêm milhões de argentinos, de todos os partidos políticos, de todas as confissões, porque aqui está ela, a Virgem, garantia da unidade do povo argentino", continuou.

“Ninguém deveria ficar fora da casa de Maria de Luján, a casa que é nossa pátria. Eu lamentaria muito se este gesto fosse mal interpretado. A Virgem de Luján é Imaculada e qualquer má intenção, longe de manchá-la, mancha a nós mesmos”, disse Scheinig.

Ao final de sua homilia, dom Scheinig convidou os presentes a rezar a oração pela paz atribuída a são Francisco de Assis.

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