O "Pai Nosso" nos ajuda a enfrentar as dificuldades em nossas vidas, afirmou o Santo Padre este domingo em Castel Gandolfo. Na recitação desta oração, nós nunca nos encontramos sozinhos, pois nossas vozes são "entrelaçadas com a da Igreja", afirmou o Santo Padre.

O Ângelus deste domingo ocorreu em meio à atmosfera festiva do Castel Gandolfo “Sagra delle pesche", um festival anual que comemora a produção local de pêssego. Para a ocasião, o Santo Padre foi presenteado com uma cesta de pêssegos brancos abençoados em uma paróquia vizinha, pouco antes do Ângelus.

Durante a sua catequese, o Papa refletiu sobre o Evangelho deste domingo, no qual os discípulos pedem que Jesus os ensine a rezar. Na narração de São Lucas, Jesus estava recolhido em oração, um pouco afastado dos seus discípulos. Quando acabou, um deles pediu a Jesus que os ensinasse a rezar. Sem oferecer fórmulas estranhas e sem fazer objeções, Jesus respondeu: "Quando rezardes, dizei: 'Pai...'", e ensinou o Pai-Nosso.

Nós aprendemos estas palavras do Evangelho de São Mateus desde a juventude, assinalou. "Elas se imprimem na memória, plasmam a nossa vida, nos acompanham até o último respiro. Elas nos revelam que nós não somos filhos de Deus de maneira já completa, mas que devemos nos tornar seus filhos e sê-lo sempre mais mediante uma comunhão mais profunda com Jesus”.

“Ser filhos se torna o equivalente a seguir Cristo”, disse o Papa citando uma passagem do seu livro “Jesus de Nazaré".

O Papa explicou que esta oração acolhe e expressa também as necessidades materiais e espirituais do homem, quando dizemos "o pão nosso cotidiano dá-nos a cada dia; perdoa-nos os nossos pecados" (Lc 11,3-4). E justamente por causa das necessidades e das dificuldades de cada dia, Jesus exorta com força: "Também eu vos digo: Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, acha; e ao que bate, se abrirá" (Lc 11,9-10).
O Pontífice observou que esta "não é uma" pergunta "para satisfazer seus desejos próprios, tanto antes como ganhar com isso a amizade com Deus, que - como diz o Evangelho -" dará o Espírito Santo àqueles que perguntam se dele.

As pessoas ao longo da história tornaram-se "amigos de Deus" através da oração, acrescentou o Papa, afirmando que entre elas estava Santa Teresa de Ávila. E foi ela, destacou o Pontífice, "que convidou as irmãs a" implorar a Deus para que nos livre destes perigos para sempre e nos afaste de todo mal! E, embora nosso desejo por estas coisas não seja perfeito, esforcemo-nos por fazer a petição. Que nos custa pedir, se àquele a quem pedimos é alguém tão poderoso?

"Sempre que rezamos o Pai Nosso, a nossa voz se confunde com a da Igreja, de modo que aquele que reza nunca está sozinho."

Antes de rezar o Angelus, Bento XVI recordou também que hoje a Igreja celebra a festa do Apóstolo São Tiago o Maior, que deixou o pai e o trabalho de pescador para seguir Jesus, sendo o primeiro dos Apóstolos a dar a vida por Ele. "De coração dirijo um pensamento especial aos peregrinos presentes em Santiago de Compostela! Que a Virgem Maria nos ajude a redescobrir a beleza e a profundidade da oração cristã".

O Papa terminou a sua catequese cumprimentando os peregrinos de língua portuguesa: "Saúdo também os peregrinos de língua portuguesa, especialmente o grupo de brasileiros vindos da diocese de Blumenau. Agradecido pela amizade e orações, sobre todos invoco os dons do Espírito Santo para serem verdadeiras testemunhas de Cristo no meio das respectivas famílias e comunidades que de coração abençôo".

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