O arcebispo de Chicago, EUA, cardeal Blase Cupich, instaurou uma nova política de restrição à celebração da missa tradicional em latim e outros sacramentos em latim usando livros litúrgicos anteriores à reforma do Vaticano II.

A nova política, que entra em vigor em 25 de janeiro, proíbe a celebração de missas tradicionais no primeiro domingo de cada mês, no Natal, no Tríduo Pascal, incluindo o domingo de Páscoa, e no Domingo de Pentecostes.

Cupich, um dos bispos americanos mais alinhados com o papa Francisco, exigirá que padres, diáconos e ministros ordenados que queiram usar o "rito antigo" façam um pedido por escrito a ele concordar em cumprir as novas normas.

As regras adotadas em Chicago especificam que as leituras das missas tradicionais ser na língua vernácula, usando a tradução oficial da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos. O que segue estritamente a determinação do motu proprio Traditionis custodes com o qual o papa Francisco restringiu consideravelmente o uso da liturgia antiga no dia 16 de julho deste ano. Também como determina o motu proprio do papa, as missas em Chicago não poderão ser celebradas em igrejas paroquiais, a menos que o arcebispo e a Santa Sé concordem em conceder uma isenção.

A política da arquidiocese de Chicago foi divulgada ontem, 27 de dezembro e noticiada pela primeira vez pelo Vatican News, serviço de comunicação da Santa Sé.

As novas regras de Chicago refletem as estabelecidas em um documento explicativo sobre Traditionis custodes publicado em 18 de dezembro pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, o dicastério da Santa Sé responsável por assuntos relacionados à sagrada liturgia.

«A minha intenção ao partilhar esta política é encorajá-los a refletir sobre o dever de cada um de nós ajudar o nosso povo neste momento de renascimento eucarístico, redescobrindo o valor da reforma litúrgica nos ritos que nos foram dados pelo Concílio Vaticano II», disse Cupich em uma carta aos padres de sua arquidiocese, segundo Vatican News.

O documento explicativo da Santa Sé diz que a intenção de Traditionis custodes é “restabelecer em toda a Igreja de rito romano uma oração única e idêntica que exprima a sua unidade, segundo os livros litúrgicos promulgados pelos papas são Paulo VI e são João Paulo II, em conformidade com os decretos do Concílio Vaticano II e em consonância com a tradição da Igreja”.

Segundo o documento explicativo, nenhum dos sacramentos, salvo a eucaristia, pode ser celebrado usando os livros litúrgicos Rituale Romanum e o Pontificale Romanum promulgados antes das reformas do Vaticano II.

O Pontificale Romanum contém os ritos e cerimônias geralmente realizados pelos bispos e o Rituale Romanum é um dos livros rituais oficiais usados ​​por um sacerdote ou diácono para ritos não encontrados no Missal Romano, que é usado para a missa.

A congregação da Santa Sé diz que um bispo diocesano pode autorizar o uso da edição de 1952 do Rituale Romanum, mas não do Pontificale Romanum, “apenas para aquelas paróquias pessoais canonicamente erigidas que, de acordo com as disposições do motu proprio Traditionis custodes, celebram usando o Missale Romanum (Missal Romano) de 1962.”

A Fraternidade Sacerdotal de São Pedro, estabelecida pela constituição apostólica Ecclesia Dei, do papa são João Paulo II, precisamente para a manutenção da liturgia anterior ao Vaticano II, diz que o documento explicativo “não se dirige diretamente às antigas comunidades da Ecclesia Dei, como a Fraternidade Sacerdotal de São Pedro, que possuem um direito próprio. "

Confira também: