A Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ganhou uma relíquia do casal de beatos Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi. A relíquia foi entregue pelo confessor dos filhos do casal Quattrocchi, Padre Maffino Redi Maghenzani, ao assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, padre Crispim Guimarães dos Santos, que está com a delegação de brasileiros no 10° Encontro Mundial das Famílias, em Roma. O casal Quatrocchi é um dos patronos do evento.

A relíquia será exposta na capela da CNBB em Brasília. Depois, ficará em um altar com a Sagrada Família na sede da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF).

O casal patrono do 10º Encontro Mundial das Famílias, em Roma, Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi são o primeiro casal beatificado na História da Igreja. A beatificação aconteceu no dia 21 de outubro de 2001, pelo Papa São João Paulo II. “Estes cônjuges viveram, à luz do Evangelho e com grande intensidade humana, o amor conjugal e o serviço à vida”, proferiu o Papa São João Paulo II na homilia da beatificação do casal.

O casal italiano se conheceu em Roma e casaram-se na Basílica de Santa Maria Maior no dia 25 de novembro de 1905. Luigi era advogado e chegou a ser vice-advogado geral do Estado da Itália. Maria Corsini, era professora e escritora. Trabalhou como enfermeira voluntária da Cruz Vermelha durante a guerra da Etiópia e a Segunda Guerra Mundial. Ela era catequista e comprometida também com várias associações de caridade, como a Ação Católica Feminina. O casal teve quatro filhos: Stephania, monja beneditina, Filippo, hoje padre Tarcísio, é padre diocesano de Roma, e Cesare, monge trapista. Quando Maria estava grávida de sua última filha foi acometida por um problema grave de saúde e por uma gravidez complicada, sendo aconselhada pelos médicos a abortar para que ao menos sua vida fosse poupada. No entanto Maria e Luigi preferiram arriscar e colocaram toda a sua confiança no Senhor. Enrichetta nasceu com saúde e, aos 89 anos, esteve presente na cerimônia de beatificação dos pais.

Padre Crispim chegou com um grupo à Itália alguns dias antes do encontro para uma peregrinação e uma visita a um casal de amigos em Loppiano, perto de Florença. Esses amigos comunicaram a visita do padre a algumas pessoas, entre as quasi o padre Maghenzani, sacerdote do Movimento Focolares.

“Assim que o padre soube que uma parte da delegação brasileira estava passando por ali, e sabendo um pouco do trabalho da Pastoral Familiar no Brasil, ele quis oferecer, doar este presente à Pastoral Familiar”, disse Crispim à ACI Digital. Segundo o padree, Maghenzani disse ter esperado por dez anos a chance de dar a reliquia. “Senti no coração que era para a Pastoral Familiar do Brasil”, disse o padre italiano. “Que essa família possa também ser protetora das famílias do Brasil”.

Maghenzani escreveu um livro sobre a família Quattrocchi e, a pedido da Conferência Episcopal Italiana, a peça de teatro “Uma auréola para dois”, sobre o casal de beatos. O espetáculo foi encenado 72 vezes. Para escrever, o padre teve acesso aos dois volumes de cartas trocadas entre Luigi e Maria Quattrochi durante o namoro até a vida matrimonial: “Um amor um muito verdadeiro, e eu entendi por que a Igreja os escolheu. Um amor inteiro”, disse ele segundo Crispim.

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