O Bispo de San Rafael (Argentina), Dom Eduardo María Taussig, explicou que a decisão de fechar o seminário “Santa Maria Mãe de Deus” de Mendoza (Argentina) foi tomada pelo Vaticano e não pela diocese, uma determinação que gerou uma dor profunda.

O Bispo também indicou que os diálogos com o Vaticano para decidir para qual seminário ou seminários irão os seminaristas de “Santa Maria Mãe de Deus” começarão no início de setembro. 

“Vamos fazer um discernimento para cada caso e ver os caminhos e os tempos adequados para [os seminaristas] continuarem nos outros seminários. Alguns irão para Mendoza, para San Juan. Vamos ver tudo isso no próximo período. Em Roma, agosto é um mês fechado, não há nenhum interlocutor, só vou retomar o diálogo no início de setembro”, disse o Bispo em entrevista concedida na sexta-feira passada, 7 de agosto, à televisão local.

Sobre o fechamento do Seminário, o Prelado comentou que “a decisão me pegou de surpresa, mas é uma orientação que vem diretamente da Santa Sé”.

“Eu o formulo no decreto que fiz [em 25 de julho] em seu primeiro ponto: A comunicação que recebi em 6 de julho do Arcebispo Metropolitano de Mendoza, S.E.R. Dom Marcelo Colombo, informada juntamente ao Presidente da Conferência Episcopal Argentina, S.E.R. Dom Oscar Ojea, da diretiva do Sr. Prefeito da Congregação para o Clero, S. Em.ª. Revm.ª Sr. Cardeal Beniamino Stella, que, depois de ter aparecido na imprensa a renúncia do anterior Reitor Sr. Pbro. Dr. Alejandro Miquel Ciarrochi, é um bem que o Seminário diocesano de San Rafael seja fechado, levando em consideração que manter um seminário diocesano não é um direito absoluto, mas quando isso seja oportuno e conveniente”.

Dom Taussig indicou em seguida que “a Congregação [para o Clero] depois das várias dificuldades que tivemos nestes 15 anos nos quais passaram 7 reitores, vê que não há situação suficiente para mantê-lo”.

O Bispo de San Rafael disse que conversou uma hora com o Cardeal Stella e no dia 8 de julho recebeu uma carta da Congregação para o Clero na qual “me confirma a necessidade de fechar o Seminário diocesano no final do próximo semestre acadêmico e me deram as instruções para as etapas futuras”.

Quanto à decisão de fechar, o Prelado destacou: “Eu não tenho os motivos, a Santa Sé, por meio do prefeito [Cardeal Stella], comunicou para mim uma decisão e diante disso eu, como bispo, indico que Roma locuta, causa finita: quando Roma falou, a discussão acabou”.

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“Nós, bispos, fazemos uma promessa de fidelidade e obediência ao Santo Padre. Eles [o Vaticano] olham com outra perspectiva, com outra experiência de todo o mundo, o que aconteceu em outros lugares e tomam esta decisão neste momento”.

O decreto emitido pelo Bispo de San Rafael em 25 de julho indica também que foram levadas em consideração “as dificuldades que a Diocese está passando, no contexto das medidas relacionadas com a Covid-19, pela relutância ou desobediência às disposições estabelecidas na Mensagem dos Bispos da Província de Mendoza aos Católicos de Mendoza em 12 de junho passado e no Decreto emitido por mim para a Diocese de San Rafael em 13 de julho (Prot. No. 144/20), por parte de um setor importante do clero, a maioria ex-alunos do Seminário Diocesano, e alguns deles professores ou referências significativas para os seminaristas, com grave escândalo dentro e fora do seminário e da Diocese”.

Na entrevista, o Bispo argentino explicou que a Comunhão na mão, que teria gerado polêmica na diocese de San Rafael, e a Comunhão na boca são legítimas e aprovadas pela Igreja.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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