O Ministério do Interior da Líbia encontrou os restos mortais de 34 cristãos etíopes decapitados pelo grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) em abril de 2015 e começará o processo para que sejam repatriados.

Segundo a organização humanitária International Christian Concern (ICC), os corpos foram enterrados em uma vala comum numa fazenda perto da cidade costeira de Sirte. O local foi descoberto através das confissões feitas pelos membros do ISIS que foram capturados após a batalha pela recuperação de Sirte.

A execução dos cristãos etíopes, que chegaram à Líbia como trabalhadores migrantes, foi gravada e divulgada na Internet por fundamentalistas muçulmanos com o objetivo de recrutar mais militantes e intimidar os cristãos. Em 15 de fevereiro do mesmo ano, os jihadistas divulgaram um vídeo mostrando a execução de 21 cristãos coptos do Egito.

Em declarações feitas ao Grupo ACI, Claire Evans, gerente regional da ICC, disse que no último dia 24 de dezembro foram encontrados os restos de 34 cristãos etíopes graças ao trabalho do Departamento de Investigação Criminal da Líbia.

"As autoridades líbias pretendem repatriar os corpos para a Etiópia. No entanto, este processo é bastante longo e intenso", relatou Evans.

Em seguida, recordou que, no caso dos 21 cristãos coptos, foram necessários oito meses para eu seus corpos fossem repatriados. Eles foram executados apenas alguns meses antes dos etíopes e foram encontrados em outubro do ano passado.

"A descoberta dos corpos etíopes fornece um fechamento muito necessário para seus entes queridos. No entanto, a Líbia continua sendo um país altamente perigoso, onde as milícias que brigam umas com as outras e os extremistas islâmicos tornam a segurança e a estabilidade quase impossíveis", lamentou Evans.

Ela também lembrou que a Líbia foi um local de muitos trabalhadores migrantes, "um grupo demográfico que representava a maioria da população cristã da região".

"O ambiente perigoso fez a maioria dos cristãos fugir. A Líbia deu passos positivos para identificar as valas comuns dos cristãos, mas é preciso fazer mais para proteger os poucos que ainda permanecem lá", concluiu.

Em um comunicado, a ICC indica que as valas comuns das vítimas do ISIS continuam sendo encontradas em todo o Oriente Médio e, embora os grupos extremistas tenham experimentado graves contratempos em toda a região, "a Líbia continua sendo um terreno fértil para os seus militantes".

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