RECIFE, 25 de out de 2019 às 15:00
Janina Jandulska era uma mulher ucraniana com deficiência que aos 30 anos organizou um grupo para rezar o Rosário, mas em 1937 foi presa e acusada pela União Soviética de dirigir uma organização política subversiva, o que finalmente lhe custaria a própria vida.
‘National Catholic Register’ recolheu, em 2017, a história desta mulher católica da Ucrânia, um país que, depois da Revolução Bolchevique de 1917 começou a fazer parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Naquela época, o ditador Josef Stalin e as autoridades comunistas tinham assumido o antigo Império russo. Quando estavam fortes no poder, perseguiram todos os cristãos que viviam em seu território.
Em 1937, Janina Jandulska vivia com a sua mãe na vila ucraniana de Wierzboviec e, assim como muitas pessoas em sua aldeia, começou a fazer parte de um grupo de oração chamado Rosário Vivo.
Estes tipos de grupos organizados por leigos, que ajudaram a ensinar o catecismo aos jovens e proporcionaram apoio espiritual e moral a muitos católicos, passaram a surgir logo depois que a URSS começou a fechar os seminários e prender os sacerdotes.
Apesar dos riscos, Janina aceitou ser anfitriã de uma das reuniões do Rosário Vivo em sua casa. Entretanto, um oficial comunista foi alertado sobre este acontecimento e informou às autoridades.
Quando a polícia chegou à casa de Janina, ela foi presa e o promotor fez algumas perguntas para ela. A seguir, a descrição:
- “Você é encarregada do Rosário?”
- “Sim, eu sou a encarregada do Rosário Vivo. Mas não é uma organização, simplesmente rezamos a Deus”.
- “Quantas pessoas estão ai?”
- “Quinze”.
- “Quinze! E você diz que não é uma organização. Quem te recrutou e quem te enviou literatura?”
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O promotor não aceitou a resposta de Janina quando disse que o Rosário Vivo simplesmente se reunia para rezar a Deus. Então ele afirmou:
- “Mas Deus não existe!”
- “Para você, Deus não existe, mas para nós Deus existe”.
O promotor olhou para a mulher com deficiência na frente dele e assinalou:
- “Mas agora você está aqui (então) quem te substituirá?”.
- “Alguém que acredita em Deus”, respondeu Janina.
Pouco tempo depois, avisaram para a mãe de Janina que a sua filha estava morta. A causa da morte foi falsamente definida como uma “infecção hepática”, entretanto, mais tarde descobriram que tinham atirado na cabeça dela.
Atualmente, na aldeia de Wierzboviec existe uma humilde igreja católica e dentro do templo há uma foto de Janina, onde ainda se reza e recorda-se dela.
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Este sacerdote católico sobreviveu heroicamente em campo de concentração russo https://t.co/0Y2FLnfPTD
— ACI Digital (@acidigital) 26 de outubro de 2017