AMSTERDAM, 20 de mai de 2016 às 20:00
Uma jovem de aproximadamente 20 anos de idade morreu depois de solicitar que lhe praticassem a eutanásia devido ao problema de saúde que sofria e que foi declarado como “insuportável” por uma equipe de médicos e psiquiatras na Holanda. Tal decisão foi criticada por peritos e ativistas pró-vida.
A mulher, cuja identidade não foi revelada, sofreu abusos sexuais entre os 5 e 15 anos.
Como consequência dos abusos, sofria de estresse pós-traumático (PTSD, na sigla em Inglês), ansiedade e outras doenças mentais. Vários relatórios classificaram sua condição como incurável, justificando assim legalmente a prática da eutanásia de acordo com as normas da Holanda.
“Eu acho que a mensagem transmitida é devastadora”, assinalou o Dr. Greg Bottaro, psicólogo clínico no Catholic Psych Institute, nos Estados Unidos.
“Ao colocar isso como informação pública, este acontecimento questiona as pessoas desesperançadas e lhes dá mais razões para acreditar que é válido desistir da vida”, acrescenta.
Em declarações ao ‘The Telegraph’, o psiquiatra holandês Paulan Starcke, que já praticou várias vezes a eutanásia em uma clínica local, assinalou que os psiquiatras “duvidam muito” a respeito de executar esse procedimento em pacientes com problemas mentais e afirma ainda que as crianças até os 12 anos também deveriam poder solicitá-la.
Com relação a este tema, o Dr. Bottaron diz que esta promoção da eutanásia não é apenas uma agenda política, mas também “uma ameaça para a saúde pública, porque uma das coisas que deve ser combatida é a desesperança e muitas vezes a primeira parte do tratamento é avivar a esperança de que podem ser curadas, que vale a pena seguir em frente, não importa o quanto será difícil”.
Tim Rosales, porta-voz do grupo Patients Rights Action Fund, assinalou que a eutanásia é uma forma extrema e uma forma inadequada de lidar com o sofrimento das pessoas. “Existem maneiras melhores de abordar o tema das pessoas com doenças graves ou terminais”, indicou.
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“Além disso, o suicídio assistido é obsoleto, pois com remédios e terapias modernas os médicos podem cuidar dos indivíduos e das famílias que enfrentam estes tipos de doenças a fim de que não sofram tanta dor”, ressaltou.
De acordo com ‘The Telegraph’, os documentos relacionados aos pacientes revelam que o caso desta jovem não é isolado, pois a quantidade de pessoas que morreram por eutanásia tem aumentou desde que esta prática foi legalizada nos Países Baixos em 2002.
Em 2010, duas pessoas morreram por meio da eutanásia, devido às condições mentais “insuportáveis”. O número subiu a 56 em 2015, segundo assinalou o jornal britânico.
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— ACI Digital (@acidigital) 2 de março de 2016