LONDRES, 28 de abr de 2018 às 14:55
O pequeno Alfie Evans faleceu este sábado 28 de abril, conforme informaram seus pais através de uma emotiva mensagem no Facebook.
“As asas do nosso pequeno bebê cresceram esta noite às 2:30 a.m. Estamos com o coração quebrado. Graças a todos por todo seu apoio”, expressaram Kate James e Thomas Evans na fanpage do Alfie’s Army no Facebook.
Alfie tinha 23 de meses de idade e permanecia hospitalizado desde dezembro de 2016 em “estado semi-vegetativo” devido a uma condição neurológica degenerativa desconhecida.
Durante meses os pais travaram uma batalha legal com o hospital Alder Hey do Liverpool –onde se encontrava o pequeno–, porque o centro médico desejava desconectar o suporte vital e deixá-lo morrer, argumentando que era o melhor para Alfie.
Ambos os pais recorreram sucessivas vezes aos tribunais de Reino Unido e ao Tribunal Europeu de Direitos humanos do Estrasburgo para que permitissem levar a menino a outros centros médicos que se ofereceram a acolhê-lo, entre eles o Hospital Pediátrico Bambino Gesú de Roma, mas todos seus recursos foram rechaçados pelos juízes.
O Papa Francisco também se pronunciou e solicitou escutar o clamor dos pais, conseguindo do Governo da Itália a cidadania italiana no dia 23 de abril e um avião pronto para leva-lo a este país.
Entretanto, com o respaldo do juiz Anthony Hayden do Tribunal Supremo da Inglaterra e Gales, o Alder Hey desconectou o suporte vital a noite da segunda-feira 23. Segundo o cálculo dos médicos o menino devia falecer dentro das seis primeiras horas, mas Alfie começou a respirar por conta própria e logo depois de nove horas de luta voltaram a dar-lhe oxigênio e hidratação.
Finalmente, em 26 de abril os pais do Alfie publicaram uma comovedora carta agradecendo às pessoas pelo apoio brindado todos estes meses, mas pediram que retornassem às suas casas porque agora desejavam construir uma relação positiva com o Alder Hey e assim poder levar a seu filho para casa.
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Em uma entrevista ao sítio Web italiano In Terris, o Presidente Emérito da Pontifícia Academia para a Vida e perito em bioética, Cardeal Elio Sgreccia, assinalou que o caso do Alfie Evans constitui “um ataque à instituição familiar” e advertiu que “tudo nasce do estatismo. Isso nos faz estremecer quando suscita a lembrança do que fizeram na história os regimes totalitários”.
“A dignidade da pessoa se mantém em cada fase da vida, seja quando está sã ou quando se encontra a ponto de morrer. Entretanto, é o benefício econômico o que prevalece. Deixa-se uma pessoa morrer porque a assistência tem um custo: deixa-se morrer para economizar”, assinalou em 23 de abril o purupurado.
Nesse sentido, denunciou que o caso do pequeno Alfie é o resultado de “uma ditadura econômica sobre a vida humana: trata-se de uma perversão e deve ser considerada assim”.
Alfie era assistido por um sacerdote católico que destacava a bravura do pequeno guerreiro britânico, que agora descansa em paz.
Confira também:
Polícia inglesa ameaça quem apoia Alfie Evans em redes sociais https://t.co/iGLQRWArvs
— ACI Digital (@acidigital) 26 de abril de 2018