Em um dia como hoje, há 40 anos, a imagem original de Nossa Senhora Aparecida retornou para o Santuário Nacional após passar por um delicado processo de restauração, depois de ter sido quebrada em mais de 200 partes.

O atentado contra a imagem da padroeira do Brasil aconteceu em 16 de maio de 1978, ainda na Basílica Velha, quando o jovem Rogério Marcos de Oliveira, de 19 anos e morador de São José dos Campos, foi a Aparecida e conseguiu quebrar o vidro do nicho, à noite, e retirar a imagem da Virgem.

O rapaz foi pego no exato momento pelo guarda do Santuário, deixando a imagem cair no chão. Assim, ela se quebrou em mais de 200 pedaços, muitos dos quais extremamente pequenos.

Com todo o cuidado, todos os pedaços foram levados para o Museu de Arte de São Paulo (MASP), a fim de que a imagem fosse restaurada. O delicado trabalho ficou a cargo da artista plástica e chefe do Departamento de Restauração, Maria Helena Chartuni, que se dedicou a esta missão durante 33 dias.

“Fiquei muito assustada no início. A Imagem estava despedaçada, principalmente a parte da cabeça. Além das dificuldades técnicas, estava lidando com uma peça de arte produzida em terracota (barro cozido)”, afirmou Maria Helena ao Portal A12, do Santuário Nacional de Aparecida.

Em 2016, durante uma participação em um evento da Academia Marial de Aparecida, Chartuni contou que, “depois desse restauro comecei a perceber que eu tinha tocado em algo sagrado”.

Já em declarações à Revista de Aparecida, em 2011, a artista plástica revelou como teve sua fé restaurada durante este trabalho. “Foi a partir daí que me dei conta de que algo tinha acontecido com a minha fé que até então estava ‘congelada’, apesar de eu ter sido criada numa família católica”.

“O trabalho de restauro da imagem de Nossa Senhora mudou a minha vida, minha fé. Ela é a mensageira de Deus, aceitou sua missão com humildade, pureza e obediência. Ela deve ser nosso exemplo de mulher de Deus e por isso devemos amá-la e respeita-la sempre”.

Após a restauração, a imagem de Nossa Senhora Aparecida retornou para o Santuário Nacional em 19 de agosto de 1978, em um carro aberto do Corpo de Bombeiros, em um momento de grande comoção para tantas pessoas.

Em Aparecida, no entorno do Santuário e também na Rodovia Presidente Dutra, uma multidão aguardava pela passagem da imagem da padroeira.

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“Eu acho que a minha transformação começou diante da reação das pessoas, dos devotos de Nossa Senhora, porque foi essa fé espontânea, maravilhosa, profunda. Quando ela foi entregue aqui em Aparecida em cima de um caminhão de Bombeiros, as pessoas formaram um corredor humano desde a Avenida Paulista até Aparecida, nos dois lados”, relembrou Maria Helena Chartuni à Academia Marial.

Segundo ela, conforma a imagem passava, “as pessoas rezavam, choravam, agradeciam. Aí, eu comecei a sentir que tinha tocado em algo sagrado”.

Comemoração dos 40 anos

A escolha dos 40 anos para comemorar esta restauração, segundo o reitor do Santuário, Pe. João Batista de Almeida, está relacionada ao simbolismo deste número.

“O número 40 tem um simbolismo de caminhar para a libertação”, afirmou, explicando que “celebrar os 40 anos é convidar o povo brasileiro a um momento de oração e restauração da expectativa por dias melhores”.

O Santuário recorda que, no Antigo Testamento e no Novo Testamento, este número aparece de diferentes formas e maneiras:

Mais em

- 40 dias e quarenta noites do dilúvio (Gn 7,4.12);
- 40 dias e 40 noites Moisés passa no Monte (Ex 24,18; 34,28; Dt 9,9-11; 10,10);
- 40 anos foi o tempo da peregrinação pelo deserto (Nm 14,33; 32,13; Dt 8,2; 29,4, etc);
- 40 dias que Jesus jejuou antes de começar seu ministério (Mt 4,2; Mc 1,12; Lc 4,2);
- 40 dias depois da Ressurreição acontece a ascensão de Jesus (At 1,3).

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