Elsa Almenda, uma espanhola de 18 anos, foi alvo de ataques da mídia, grupos políticos e ativistas pró-aborto na Espanha por sua defesa da vida em um debate na TV. Apesar dos ataques, Elsa é clara: “Aborto é crime e ninguém vai me fazer mudar de opinião”, disse ela à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

No dia 6 de outubro, Elsa, que mora em Barcelona e é membro do ramo juvenil do partido político VOX, foi uma das convidadas do programa “Opina Jove” (Opina Jovem) da Teve.cat, emissora catalã, para falar sobre o tema “Aborto: cultura da morte?”.

"Eu vou ser pró-vida e vocês vão ser pró-morte".

Assim que o debate começou diante de quatro jovens que defendiam o aborto, Elsa especificou: “Quero usar outros termos além dos que têm sido usados ​​até agora, que o que fazem é encobrir esse crime, e nós não vamos chamar ‘aborto’, porque o que é, é um assassinato intrauterino”.

"E vocês não vão ser a favor do aborto e eu vou ser a favor da vida, mas eu vou ser pró-vida e vocês vão ser pró-morte, porque é realmente o que é”, disse, mostrando a imagem de um bebê abortado na 14ª semana de gravidez, período até o qual é permitido abortar na Espanha.

Ela também questionou aqueles que acreditam que “a maneira de ajudar aquela mulher é permitir que ela mate seu filho”.

“Para apoiar as mulheres, é preciso dar-lhes garantias de que terão apoio emocional e recursos financeiros”, destacou.

Ironizando o argumento de que o aborto continuará ocorrendo mesmo que seja ilegal, a jovem pró-vida disse que “algo ruim vai continuar acontecendo, por mais que eu o proíba, e tenho que tentar que seja seguro, seguindo esta regra de três, como eu também não conseguirei reduzir os estupros em cem porcento, então, talvez devêssemos preparar alguns lugares para estupros seguros, colocamos um colchão para que haja estupros seguros”.

Fragmentos editados do programa foram divulgados inicialmente nas redes sociais para tentar ridicularizar a mulher pró-vida.

Meios espanhóis logo se juntaram à descontextualização da mensagem de Elsa Almeda. El Español intitulou: “Polêmica na catalã TeveCat: ‘Devemos colocar colchões para estupros seguros’”.

Pablo Melchor, youtuber conhecido como WildHater publicou em seu canal um vídeo cheio de grosserias e insultos contra a jovem pró-vida. Diante da indignação causada por sua publicação, Melchor ocultou o vídeo, fechou a seção de comentários e restringiu o acesso às suas publicações no Twitter.

O partido de extrema esquerda, Podemos, aliado do Partido Socialista Obrero Espanhol (PSOE) no governo da Espanha, aderiu às mensagens manipuladas contra Elsa por meio de suas redes sociais.

O apoio massivo à Elsa diante dos ataques fez com que #TodosSomosElsa se tornasse uma das principais tendências do Twitter na Espanha em meados de outubro.

"É importante não ceder"

Elsa Almeda disse à ACI Prensa ontem, 19 de outubro: “Tenho recebido muitas críticas, muitas mensagens de ódio. Mas também recebi muitas mensagens de apoio, pelas quais sou muito grata porque muitas pessoas estão despertando dessa farsa do aborto”.

“E também gostaria de dizer que recebi mais de vinte mensagens de pessoas que mudaram de ideia sobre o aborto depois de assistir ao meu debate. Acredito que isso tem um valor infinito e que podemos fazer muito bem nesses espaços públicos”, disse.

Apesar do ódio dos que promovem o aborto, Elsa é clara em que “é importante não ceder, porque o inimigo, que no final é o que é, aproveita qualquer espaço de fraqueza que lhe é concedido para se reconhecer vitorioso, e realmente ele não o é”.

“Então, não vou pedir desculpas por algo que não disse e não vou pedir desculpas pelo que disse, porque estou certa e estou totalmente convencida de que o aborto é um crime e ninguém vai me fazer mudar de opinião, nem pedir perdão por algo que é óbvio”.

Consultada sobre o desafio de defender a vida perante a maioria das pessoas que são a favor do aborto em um programa de televisão, Elsa destacou que "a verdade é o que tem força", portanto "não importa se eu defendo diante de vinte mil ou diante de cinco”.

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A verdade, destacou, "continuará sendo a verdade e continuará ganhando, porque a verdade sempre vence".

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"Então, isso também não me deu muito medo porque nenhum argumento abortista é irrebatível”.

A jovem ressaltou que “desde sempre fui muito consciente do que é o aborto. Graças a Deus, na minha escola e na minha família me educaram para valorizar a vida”.

"E, à medida que fui crescendo, vi como o aborto é muito normalizado", continuou ela. "E basta olhar para os números anuais do aborto na Espanha”.

Segundo o Ministério da Saúde da Espanha, mais de 88 mil abortos foram realizados somente em 2020.

Esses números, disse ela, "são realmente uma perda e uma catástrofe incrível para todos nós."

"Nosso testemunho pode mudar muitas opiniões"

Para Elsa, é fundamental aproveitar as “oportunidades de falar em diferentes meios, nesse programa, ou mesmo no meu grupo de amigos, na minha universidade ou onde quer que seja”.

“Temos o dever de fazer isso, porque nosso testemunho pode mudar muitas opiniões e pode realmente salvar vidas e acho que é algo de valor infinito”, disse ela.

Atualmente na Espanha o aborto pode ser realizado livremente até 14 semanas de gestação, mas este período pode ser estendido para 22 semanas em casos de risco de vida para a mãe ou "anomalias graves no feto".

A legislação espanhola não prevê limites para o aborto quando se considera que existem “anomalias fetais incompatíveis com a vida”.

Elsa Almeda disse que para a defesa da vida na Espanha "há um longo caminho a percorrer, mas cada grão de areia com que um jovem possa contribuir tem muito valor".

“Por isso, incentivo a todos em seus ambientes, em seu grupo de amigos, em suas famílias, a ter a coragem de defender a vida, porque mesmo que apenas uma pessoa mude de ideia, já fizemos muito e apenas com uma vida salva já é muito, muito ganho”, disse.

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