“Os ativistas podem não querer admitir, mas não estou sozinha em meu arrependimento”, afirmou Grace Lidinsky-Smith. Ela se arrepende de ter feito “transição de gênero” e lamenta que os ativistas censurem teste diz que é importnte lamentou que os ativistas ocultem histórias de pessoas como ela, cujas histórias poderiam fazer com que as pessoas não caiam nessas terapias.

Aos 20 anos, Lidinsky-Smith se tornara uma pessoa “depressiva e com disforia de gênero depois de anos de obsessão por questões de identidade”.

“Eu achei que tinha encontrado meu caminho: a transformação total através da transição médica, para viver como homem”, contou. “Comecei minha transformação com injeções de hormônios. Quatro meses depois, meus seios foram removidos no procedimento cirúrgico conhecido como cirurgia superior”, acrescentou. Um ano depois, “eu estava encolhida na minha cama, agarrando-me às cicatrizes da dupla mamectomia e chorando de arrependimento”, disse.

O caminho para a transição de gênero era fácil. “Tive o ambiente mais favorável possível para a transição: fácil acesso a hormônios, uma comunidade que me estimulava, além da cobertura do seguro”, disse. “O que eu não tinha era um terapeuta que pudesse me ajudar a examinar os problemas subjacentes que eu tinha antes de tomar aquelas sérias decisões médicas”, lamentou. Lidinsky-Smith foi diagnosticada com disforia de gênero e meu médico me deu luz verde para começar a transição na primeira consulta.

Em artigo publicado no dia 25 de junho na revista americana Newsweek, Lidinsky-Smith disse que não é a única pessoa que se arrepende das terapias hormonais e das cirurgias prescritas pelos prestadores de assistência médica.

Em sua trajetória, Lidinsky-Smith descobriu outros “detransicionistas” com histórias similares. Algumas pessoas interromperam logo o procedimento de transição de gênero, mas “outras tomaram hormônios durante anos e se submeteram a múltiplas cirurgias antes de decidir que o caminho não era adequado para elas”.

Ela falou sobre a necessidade de trazer esses casos ao conhecimento público e de preocupar-se “pelas pessoas que foram feridas pelo tratamento médico transgênico, que se administra cada vez mais a pacientes adolescentes”.

Lidinsky-Smith também contou suas vivências em entrevista à 60 Minutes da CBS News, em maio de 2021. Ativistas LGBT pediram para censurar ou cancelar o episódio antes de ele ir ao ar. “Fui ao '60 Minutes' porque queria que as pessoas entendessem que a medicina trans nem sempre é administrada de maneira responsável e segura”, disse Lidinsky-Smith em seu artigo. “Eu sabia que minha transição tinha me machucado gravemente e eu não era a única”.

Segundo Lidinsky-Smith, os “detransicionistas” observam várias causas que, em retrospectiva, contribuíram para sua decisão de “fazer a transição” de gênero, como problemas de saúde mental não tratados, uma crise importante, trauma de abuso sexual, autismo não diagnosticado ou uma luta pela aceitação da sua orientação sexual”.

“Para muitos, o arrependimento e a dor foram intensos, como foi para mim”, continuou. “Em muitos sentidos é impossível voltar atrás. Muitos de nós se perguntam: por que meu terapeuta não me ajudou primeiro a resolver meus problemas subjacentes?”, disse.

Lidinsky-Smith é presidente da Gender Care Consumer Advocacy Network, organização que luta por melhores tratamentos para pessoas que “passaram ou estão passando por serviços de assistência relacionadas a gênero”.

Lidinsky-Smith apóia os padrões da WPATH, a Associação Profissional Mundial para a Saúde Transgênero, que qualifica como “amplamente aceitos”, mas lamenta que não exista obrigatoriedade de segui-los por parte dos médicos.

“Em minha própria odisseia médica, não recebi a maior parte da exploração terapêutica recomendada pelos padrões de atendimento da WPATH”, disse. “Deixaram-me ao meu próprio autodiagnóstico”.

Paul McHugh, professor de psiquiatria da faculdade de medicina da Universidade Johns Hopkins, diz que “sem provas científicas sólidas”, a comunidade médica não deve seguir os padrões da WPATH. A própria associação pró-transgênero diz que “não foram realizados ensaios clínicos controlados de nenhum regime de hormônios feminizantes/masculinizantes para avaliar a segurança ou eficácia na transição física”. Para McHugh, também falta “apoio científico para a cirurgia de retribuição de sexo”. Universidade Johns Hopkins, um dos mais importantes centros médicos do mundo, suspendeu a intervenção cirúrgica após um estudo sobre a eficácia deste tipo de tratamento feito em 1979.

McHugh ressaltou que o fato de que alguns pacientes queiram voltar à sua identidade biológica sugere que a mudança de sexo “acarreta um risco psicológico e físico considerável”. Mesmo em ambientes estimulantes, muitos que mudam de sexo “continuam traumatizados, muitas vezes até o ponto de se suicidarem”. Diz McHugh. O protocolo da WPATH “não só não aborda os problemas de raiz, que causam o mal-estar clínico, como torna mais provável que os pacientes continuem com a terapia hormonal e a alteração física de seu corpo”, disse.

McHugh disse que a terapia hormonal “aumenta o risco de doença cardiovascular, eventos cerebrovasculares e tromboembólicos, osteoporose e câncer”. Também “foram observadas provas de um aumento da mortalidade, das taxas de suicídio ou da morte pelo uso de drogas ilícitas”.

Outros estudos revelaram consequências negativas da intervenção cirúrgica, incluindo um aumento significativo das tentativas de suicídio.

McHugh acrescentou que, no caso de crianças e adolescentes, as crianças estimuladas a viver como o sexo oposto têm sérios problemas para retomar ao seu próprio sexo, devido à influência das ações repetitivas no cérebro, e frisou que os bloqueadores da puberdade causam riscos para a saúde que incluem deterioração do crescimento ósseo, interferência no desenvolvimento do cérebro e deterioração da fertilidade.

Lidinsky-Smith citou uma nova pesquisa no campo médico inspirada no caso de Kiera Bell, uma mulher que acusou um serviço de assistência médica por estimular erroneamente a sua transição de gênero. Em resposta, um tribunal superior do Reino Unido decidiu, em 2020, que os pacientes menores de 16 anos poderiam ser incapazes de dar seu consentimento aos bloqueadores da puberdade.

Lidinsky-Smith questionou: “por que essa resistência para ouvir histórias difíceis e até mesmo negativas sobre a assistência médica transgênero?”.

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“Quando os ativistas escondem histórias como a minha debaixo do tapete e tentam silenciar as histórias de negligência médica, só protegem os médicos, não os pacientes”, afirmou. Se não buscarmos dizer a verdade, “uma atenção trans de ´tamanho único´ será vendida a cada vez mais pessoas, especialmente jovens, e poderá causar-lhes cicatrizes e arrependimentos para o resto da vida”, lamentou.

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