A brasileira Isabel Cristina Mrad, mártir por defender sua castidade, será beatificada no dia 10 de dezembro, em missa celebrada pelo prefeito do Dicastério da Causa dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, em Barbacena (MG). O anúncio foi feito hoje (23) pelo arcebispo de Mariana, dom Airton José dos Santos.

Em comunicado publicado nesta manhã pela arquidiocese mineira, dom Airton contou que foi informado ontem (22) por Paolo Vilotta, postulador da causa de beatificação da serva de Deus Isabel Mrad, “sobre o dia em que, exultantes, celebraremos o dia de sua beatificação”.

O arcebispo recordou que, em outubro de 2020, o papa Francisco reconheceu o martírio da serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos, morta por defender sua castidade. “Mas devido a pandemia não foi possível marcar a data deste grande evento eclesial. Agora temos a alegria de nos prepararmos para esta grande celebração que será repleta de bênçãos para toda a Igreja no Brasil e particularmente para a nossa Arquidiocese de Mariana”, declarou.

Além de Isabel Cristina Mrad, a Igreja no Brasil celebrará também neste ano a beatificação da menina Benigna Cardoso da Silva, em 24 de outubro, em Crato (CE). Benigna teve seu martírio reconhecido pelo papa Francisco em outubro de 2019, mas a beatificação precisou ser adiada por causa da pandemia de covid-19.

Biografia

Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG), em uma família católica, filha de José Mendes Campos e Helena Mrad Campos. Segundo a arquidiocese de Mariana, ela era “sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o que certamente aprendeu na família, que era vicentina”.

Desde a adolescência, fez parte da Associação de Voluntariado das Conferências de São Vicente e seu pai foi presidente do Conselho Central de Barbacena. Participava frequentemente da missa e dos sacramentos.

Em 1982, mudou-se para Juiz de Fora (MG) a fim de frequentar um curso pré-vestibular para ingressar na faculdade de medicina, pois sonhava em ser pediatra para ajudar crianças carentes.

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Desde o início, conta o site postulazionecausesanti.it, “achou na nova cidade um lugar para poder estudar, mas acima de tudo para rezar na Igreja do Cenáculo, onde era exposto o Santíssimo Sacramento”.

Naquele mesmo ano, a jovem preparava um pequeno apartamento para onde havia se mudado com seu irmão, Paulo Roberto. No dia 1º de setembro, um homem que foi para montar um guarda-roupa tentou violentá-la, mas Isabel resistiu para manter sua castidade.

Diante da resistência da jovem, o homem lhe deu uma cadeirada na cabeça, amarrou a moça, amordaçou e rasgou suas roupas. Como a jovem não cedeu, o agressor lhe deu 15 facadas, matando-a.

Devido ao modo como morreu e, sobretudo, pela forma como viveu, afirma a arquidiocese mineira, “algumas pessoas tiveram a iniciativa de entrar com o pedido de um processo para sua beatificação” e o processo foi instalado em 2001.

Como Isabel Cristina foi batizada e recebeu a primeira comunhão na matriz da Piedade, em Barbacena, e também pela ligação afetiva de seus pais com a paróquia, decidiu-se que seus restos mortais deveriam ficar no Santuário da Piedade.

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