REDAÇÃO CENTRAL, 20 de abr de 2021 às 16:03
“Vocês têm um milagre nos braços”, essa frase foi ouvida por Pâmela Rayelle Guimarães e Hugo de Melo Guimarães quando um médico constatou que, embora tivesse nascido com hidrocefalia, o filho deles, Gabriel da Silveira Guimarães, se desenvolvia normalmente. Hoje, este “pequeno milagre” gera outra emoção, ao expressar espontaneamente sua fé e brincar de celebrar Missa.
Segundo Pâmela, “Gabriel foi um filho muito desejado e planejado” e os pais tiveram a alegria de descobrir a gravidez quando o filho mais velho, Davi, completou 1 ano. “Minha gestação era normal e saudável”, recordou a mãe, ao destacar que a primeira ultrassonografia morfológica que realizou mostrou que “estava tudo perfeito com o bebê”.
Entretanto, quando estava com 16 semanas de gestação, em uma consulta pré-natal, Pâmela foi informada de que o bebê estava “com hidrocefalia em 3 ventrículos do cérebro”. A notícia assustou os pais de Gabriel. Eles não tinham nenhum conhecimento sobre o problema “e o prognóstico dos médicos não foi bom”.
“Informaram-me logo que a hidrocefalia era muito severa e tomava conta quase do cérebro todo. Fomos encaminhados para o acompanhamento de risco e a cada mês as notícias pioravam”, lembrou a mãe. Segundo ela, diziam que Gabriel “ficaria em estado vegetativo, se sobrevivesse após parto”, e a “aconselharam a fazer o parto em uma maternidade com UTI, pois ele precisaria”.
Já na 26ª semana de gravidez, “alguma coisa mudou e houve uma discreta reversão”, que foi constatada por um obstetra de confiança da família. “Mas a equipe do alto risco não me informou nada e disse que tudo continuava igual”, contou. Foi então, que decidiu deixar o acompanhamento de alto risco e seguir o pré-natal com o obstetra de sua confiança. “Seria tudo conforme a vontade de Deus e eu não iria condenar meu filho a morte ainda antes de nascer”, disse.
Nesse momento, a fé teve um papel importante na vida desta família. Membros das Equipes de Nossa Senhora (ENS), Pâmela e Hugo pediram “aos intercessores de Nossa Senhora que rezassem pela vida do nosso Gabriel e assim se criou uma corrente de oração pelo mundo todo”.
A gravidez seguiu e, com 40 semanas, Pâmela entrou em trabalho de parto. Ela pediu que fosse realizada uma cesariana, porque “tinha muito medo dele sofrer muito no parto normal e acabar morrendo por isso”.
Na cirurgia, os médicos tiveram dificuldades para tirar o bebê, pois “a cabeça maior do que o normal, estava acoplada à bacia” de sua mãe. Gabriel “acabou ficando sem oxigenação e engoliu muito líquido” e, no momento em que o tirou da barriga de sua mãe, a médica exclamou: “Esse bebê tem hidrocefalia”. “Eu fiquei apavorada”, contou Pâmela, que não pôde ver o filho imediatamente, pois ele foi levado para ser reanimado.
Apesar de tudo, Gabriel não precisou ir para a UTI, nem de respirador. Ficou com a mãe, foi amamentado “e era um bebezão de 3,805 Kg e 53 cm”.
O pequeno passou por exames, foi encaminhado para o neurocirurgião pediátrico Benício Otto, que o examinou e constatou que “não apresentava nenhuma sequela” e, portanto, “não recomendava cirurgia”.
Aos 4 meses, Gabriel foi novamente examinado pelo especialista e seu desenvolvimento seguia muito bem. “Sua cabeça era realmente bem maior que o normal e seus exames de imagem não eram bons, mas o desenvolvimento era perfeito”, tanto que começou a andar e falar aos 11 meses.
Quando completou 2 anos, os exames foram repetidos e “a pediatra que o acompanha se desesperou”, porque os resultados eram ruins. Novamente, procuraram Otto e ele explicou que “pelo resultado do exame aconselharia a cirurgia para colocação de uma válvula de derivação com urgência, mas era incrível como Gabriel não tinha sequela alguma, nenhum sinal de problema neurológico e, portanto, não faria a cirurgia”.
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“Neste momento, ele nos perguntou se acreditávamos em milagre, pois tínhamos um nos braços. Ficamos emocionados e entendemos que nosso filho estava ótimo. E que seus exames de imagem não eram importantes”, completou Pâmela, ao sublinhar que, “se não fosse nossa fé para nos dar forças diante dos julgamentos dos médicos, tudo teria sido muito traumático”.
“Mas, pela graça de Deus, nunca nos desesperamos ou perdemos a fé. Sabíamos que ainda que ele morresse, seria um propósito de Deus em nossa vida e deveríamos aceitar”, acrescentou.
Hoje, esta fé é transmitida ao pequeno Gabriel por seus pais, com quem ele vai à Missa todos os domingos e, às vezes, durante a semana. “E sempre sentamos nas primeiras filas, pois assim as crianças ficam mais quietas durante a Missa, pois conseguem prestar mais atenção”.
Esta atenção despertou no pequeno o interesse pela celebração Eucarística e, quando não tinha completado ainda 2 anos, já reproduzia em casa os gestos dos padres, enquanto os biscoitos passaram “a ser hóstias e ele distribuía para todo mundo”.
“Nunca dissemos para parar de fazer isso, mas também nunca dissemos para fazer, nem como fazer. Tudo que ele sabe, é por que observa na Missa”, contou a mãe. Além disso, o menino passou a expressar seu interesse pelos objetos litúrgicos e sempre pergunta o nome. “Basta dizer uma vez para ele decorar e começar a pedir um”, indicou Pâmela, citando como exemplo quando a criança disse que “queria muito um turíbulo”.
Segundo Pâmela, “nos últimos 2 anos, ele brinca de Missa todos os dias”. Além disso, gosta de assistir a Missa pelo Youtube. “É a única coisa que ele consegue ficar parado para assistir. Desenho nenhum prende a atenção dele”, ressaltou a mãe.
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— ACI Digital (@acidigital) February 22, 2018