O bispo emérito de Taubaté (SP), dom Antônio Affonso de Miranda, morreu na manhã desta segunda-feira, 11 de outubro, em um hospital de Juiz de Fora (MG). Com 101 anos, dom Antônio Affonso era o bispo mais velho do Brasil. Como uma das realizações de seu ministério, colaborou na criação da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).

Uma publicação na página de Facebook de dom Antônio na manhã de hoje informou que “Maria José Reis Miranda e Maria Terezinha Reis Carvalho, em nome de toda a família, com profundo pesar, comunicam o falecimento de seu irmão”. Segundo o autor da biografia de dom Antônio, Henrique Faria, o bispo estava internado desde o dia 13 de setembro, devido a “um quadro de grande prostração e cansaço, causado pela insuficiência de oxigenação no sangue, com o consequente bloqueio dos alvéolos”.

O velório de dom Antônio Affonso de Miranda acontecerá a partir de hoje, no Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora das Mercês, em Mercês (MG). Na terça-feira, 12 de outubro, às 15h, será celebrada a missa exequial, seguida pelo sepultamento no interior do santuário.

Em nota, a diocese de Taubaté afirmou que a passagem de dom Antônio por esta diocese “foi marcada pelo equilíbrio entre a responsabilidade e a generosidade, a ternura e a firmeza”. Por fim, pediu orações “por Dom Antônio, agradecendo a Deus por sua vida e dedicação à Igreja, especialmente à nossa Diocese”.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou “seu pesar pelo falecimento” de dom Antônio e agradeceu “a contribuição que o bispo deu à Igreja no Brasil, à congregação Sacramentinos de Nossa Senhora, especialmente às dioceses de Lorena e Taubaté, ambas em São Paulo, e à Comunidade Canção Nova, servindo-lhes como um farol a apontar caminhos e horizontes pastorais”. Afirmou que ele foi um “respeitado pregador, grande administrador e incentivador das pastorais e movimentos leigos”, sendo também “reconhecido como um intelectual renomado, admirado pelo episcopado brasileiro”. “Escritor refinado, produziu mais de 40 livros sobre vários assuntos, que incluem Teologia, Mariologia, Catequese, Formação Moral, Pastoral e até um de poemas”, recordou a CNBB.

A Comunidade Canção Nova lembrou que dom Antônio Affonso “foi quem impulsionou Monsenhor Jonas Abib em seu trabalho de evangelização junto aos meios de comunicação social”. “Somos gratos pelo seu papel importante junto ao monsenhor Jonas, no surgimento da comunidade. Neste dia nos unimos em oração aos familiares e amigos”, publicou a comunidade em suas redes sociais.

Dom Antônio Affonso de Miranda nasceu em Cipotânea (MG), em 14 de abril de 1920, filho de José Affonso dos Reis e Maria das Dores de Miranda. Em 1929, mudou-se com a família para Mercês (MG). Aos 13 anos, em 1º de fevereiro de 1933, ingressou no Seminário dos Missionários de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, os sacramentinos, em Manhumirim (MG). Foi ordenado sacerdote em 1º de novembro de 1945, em Belo Horizonte (MG). Como padre, dirigiu os seminários do Bom Jesus, em Manhumirim e São Rafael, em Dores do Indaiá, onde também foi pároco por 16 anos em três diferentes períodos.

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Em 1952, aos 32 anos, foi eleito primeiro Superior Geral dos Sacramentinos, como sucessor do fundador da congregação e seu pai espiritual, o servo de Deus padre Júlio Maria de Lombaerde. Ocupou esta função durante dez anos.

Em 3 de novembro de 1971, foi nomeado bispo de Lorena (SP). Recebeu a ordenação episcopal em Mercês, em 27 de dezembro do mesmo ano. Durante seu governo episcopal em Lorena, chamou o padre Jonas Abib e o designou para um trabalho de evangelização com os jovens através dos meios de comunicação. Assim, impulsionou a criação da Comunidade Canção Nova.

Foi transferido para a diocese de Campanha (MG), em 1977, como bispo coadjutor, com direito à sucessão e administrador apostólico com plenos poderes. Mais tarde, em setembro de 1981, foi nomeado bispo de Taubaté, onde permaneceu até 1996, quando seu pedido de renúncia por ter atingido a idade limite de 75 anos foi aceito.

Dom Antônio continuou vivendo em Taubaté, na companhia de seu sucessor, dom Carmo João Rhoden, até maio de 2019. Depois, decidiu se mudar para Mercês, onde passou a morar na casa que foi de seus pais, na companhia de suas irmãs, Maria José e Maria Therezinha.

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