REDAÇÃO CENTRAL, 5 de ago de 2021 às 16:13
Alan Webb, que participou da Olimpíada de Atenas em 2004 aos 21 anos, diz que, depois que se converteu ao catolicismo entendeu que a única corrida que realmente importa na vida é a que leva ao “ouro eterno”, a santidade.
Em entrevista ao jornal National Catholic Register, Webb contou que depois da Olimpíada de Atenas, em que disputou os 1.500 metros rasos, sofreu lesões que encerraram sua carreira olímpica. “Foi arrasador naquele momento, mas agora que sou católico posso olhar para trás e não só aceitar o que aconteceu, como também ser agradecido por isso”, disse.
Hoje em dia, Webb é treinador assistente de cross-country e treinador de corrida de fundo na Universidade de Arkansas, em Little Rock. É casado com Julia e tem quatro filhas que são educadas na fé católica.
O esporte e a fé católica
Webb disse que, embora tenha praticado natação, futebol e basquete, correr foi o esporte no qual mais se destacou desde criança e o que mais lhe interessou. “Eu gostei da pureza do esporte: que as linhas de chegada e os cronômetros não mentem. O tempo que você correu é o tempo que você correu, sem o elemento subjetivo que há em alguns outros esportes”, afirmou.
Para Webb, todos os esportes, “assumidos da forma correta podem ser de grande ajuda para chegar a ser grandes pessoas. Eles podem melhorar a disciplina, o autodomínio, o trabalho em equipe, a resistência e a perseverança na luta”, inclusive, ajudar a “tomar decisões melhores, que podem afetar nosso destino eterno”.
Sobre seu caminho espiritual, o atleta lembrou que “foi batizado como episcopaliano, mas eu diria que, na maior parte da minha vida, o meu ídolo foi correr. Isso era o que eu mais adorava e valorizava, aquilo pelo qual eu renunciaria outras coisas. Tudo estava orientado a conseguir melhores tempos”.
Ele disse que sua esposa Julia, a quem conheceu graças a um amigo corredor, o “ajudou a sair dessa mentalidade de tudo ou nada”. “Julia me encorajava suavemente a ser católico, mas nunca tentou me obrigar a fazê-lo. Tinha que ser minha decisão, mas precisava que alguém me apresentasse o que ia decidir”, afirmou.
“Pouco a pouco eu fui compreendendo os ensinamentos católicos sobre a santidade do matrimônio e a procriação. Respeitava Julia e a Igreja, mas quando nos casamos em 2010, ainda não era totalmente católico”.
Ele disse que “toda vez que aprendia algo novo sobre a Igreja, basicamente respondia a Deus com um ´sim`”, até entrar para a Igreja, em 2017. “Os católicos têm que mostrar aos não católicos o que é a fé, para que possam aceitá-la, rejeitá-la ou continuar refletindo sobre ela e fazer mais perguntas”, afirmou.
“Agora que estou completamente na Igreja, todos os dias eu agradeço a Deus pela minha esposa Júlia, que foi o meio para que eu entrasse na plenitude da fé. E agradeço a Deus por nossas 4 filhas, que são fruto do amor sacramental. Com gratidão e alegria, percebo que não há lugar melhor para estar”, disse.
Webb disse que depois de sua conversão se interessou pelo testemunho do atleta católico Philip Rivers, que não teve medo de ter 9 filhos. Disse que se impressionou que use seus dons e “use a atenção que recebeu para dar crédito a Deus”.
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Além disso, ele disse que sua esposa Julia ficou impressionada com a esposa de Philip, que correu meia maratona “enquanto empurrava um de seus bebês em um carrinho [...] Ela considerou que seria uma forma de provar que você pode ser atlético e pró-vida ao mesmo tempo”. A exemplo deles, Julia e Webb fazem parte do grupo pró-vida Pat Castle of Life Runners.
“O ouro eterno”: a meta da santidade
“Meu objetivo anterior era ser o melhor corredor que eu pudesse ser. Agora, meu objetivo é ser o melhor católico que eu possa ser. Isso é, em última análise, a única coisa que importa”, afirmou.
Webb disse que, embora mortes precoces como as de Kobe Bryant, que faleceu junto com sua filha depois de levá-la à missa, sejam tristes, são também uma inspiração para estar sempre preparado espiritualmente.
“Esse é o último dia ideal para qualquer pessoa: receber Jesus na Sagrada Comunhão em estado de graça. A salvação é uma carreira que, se for realizada com humilde e fiel perseverança, será uma vitória garantida”, disse.
Além disso, destacou a importância de receber a comunhão e de rezar constantemente. “Estou consciente de minhas próprias debilidades, mas também sei que, com a oração e os sacramentos, podemos fazer todas as coisas em Cristo. Atraiu-me a Eucaristia, o próprio Cristo, que nos dá a graça de lutar a boa batalha e correr a corrida da salvação”.
“No céu, a felicidade é superabundante. Todo mundo é um vencedor. Então, agora, meu principal objetivo é chegar lá e trazer comigo tantas outras pessoas quanto for possível”, concluiu.
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