JERUSALÉM, 6 de abr de 2021 às 08:00
O Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Pierbattista Pizzaballa, destacou que a Páscoa é "apostar mais pelo impossível de Deus do que pelo possível dos homens" e encorajou a ser uma Igreja que leve a alegria pascal a um mundo cheio de dor, especialmente devido às dificuldades deixadas pela pandemia da Covid-19.
No dia 4 de abril, Domingo de Páscoa, Dom Pizzaballa presidiu a missa na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, como parte das celebrações da Semana Santa de 2021.
#Easter Sunday Mass celebrated at the Holy Sepulchre in #Jerusalem.
— Latin Patriarchate of Jerusalem (@medialpjen) April 4, 2021
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“Viemos aqui, mais uma vez ao Sepulcro para anunciar com força e alegria que Cristo ressuscitou, que a morte já não tem poder sobre Ele e sobre cada um de nós”, indicou.
Em sua homilia, o Patriarca destacou que o último ano deixou para muitos apenas doença e morte e os levou a ser “um pouco como Maria Madalena: tentados a correr para trás, a procurar os corpos que perdemos, as oportunidades perdidas, as férias adiadas, a vida que parecia nos escapar”.
Dom Pizzaballa disse que, diante deste panorama, a Páscoa surge como uma forma de ver nos sinais da paixão “os sinais e a promessa de uma vida nova e extraordinária, não porque somos sonhadores, mas porque acreditamos em Deus, o Senhor do impossível”.
“A Páscoa é apostar mais pelo impossível de Deus do que pelo possível dos homens”, acrescentou.
O Patriarca indicou que os fiéis devem acreditar “que a ausência do corpo de Jesus não fala de um roubo, mas do surgimento de uma nova vida” e que Cristo derrotou a morte, o inimigo do homem.
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“Creio que este mundo, cansado, ferido, esgotado pela pandemia e por tantas situações de medo, morte e dor; esgotado por demasiadas buscas vãs e que encontra cada vez menos o que procura, precisa cada vez mais de uma Igreja de olhos abertos, de um olhar pascal que saiba ver os traços da Vida mesmo entre os sinais da morte”, enfatizou.
Dom Pizzaballa destacou que, na Páscoa, “a Igreja, humilde e orgulhosa da vitória de seu Senhor”, deve ousar propor a alegria do Evangelho, “redesenhando um mundo e uma história de novas relações de justiça e fraternidade”.
“Devemos ter a coragem de ser discípulos do impossível, capazes de ver o mundo com um olhar redimido pelo encontro com o Ressuscitado, e de acreditar com a fé sólida daqueles que viveram o encontro com a Vida. Nada é impossível para quem tem fé”, indicou.
O Patriarca assinalou que a felicidade da Páscoa não pode ficar apenas em uma saudação, mas deve ser um testemunho “com convicção e certeza de que toda morte, toda dor, todo esforço, toda lágrima podem ser transformados em vida. E que há esperança. Há sempre esperança".
“Por isso, desejo que cada um de nós e a nossa Igreja e a nossa cidade vivamos sempre à luz do Ressuscitado, que dá alegria e vida a quem quiser o receber”, concluiu.
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