LOS ANGELES, 29 de mar de 2020 às 06:00
O presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), Dom José Gomez, publicou uma coluna respondendo à pergunta: "Onde está Deus nesta pandemia de coronavírus?".
“A Igreja nasceu numa época em que as epidemias eram comuns. Dionísio, bispo de Alexandria, Egito, escreveu em uma mensagem de Páscoa de meados do século III: ‘Essa doença surgiu do nada; é algo mais aterrorizante do que qualquer desastre’", escreveu o Prelado na coluna "Amor em um tempo sem abraços".
"Eu tenho refletido sobre essa história e me perguntado: se Deus está falando aos nossos corações neste deserto, o que Ele está nos dizendo? É uma pergunta que eu escuto que muitas pessoas se fazem com angústia: ‘Onde está Deus? Quais são os seus desígnios neste momento de coronavírus?’”, questionou o Prelado de origem mexicana.
“Onde está Deus nesta pandemia? Os santos sempre respondem: onde há amor, lá está Deus. Então, vamos amar”, ressaltou o também Arcebispo de Los Angeles.
Dom Gomez recordou que “nossa fé nos ensina que Deus não causa o mal, mas o permite, sempre com a intenção de obter algo de bom com isso. Os caminhos de Deus sempre podem permanecer misteriosos para nós, mas podemos confiar em seu amor por sua criação e em seu amor por cada um de nós”.
"Sabemos que o seu amor é verdadeiro porque vimos o coração de Jesus Cristo", enfatizou.
Como Jesus, continuou Dom Gomez, “os primeiros cristãos amaram em uma época de pragas e epidemias. Cuidaram dos doentes, enterraram os mortos e consolaram os aflitos, às vezes com grande sacrifício e risco para as suas próprias vidas”.
“Ao longo da história da Igreja, alguns de nossos maiores santos estiveram a serviço dos enfermos. Nestes dias, estamos refletindo muito sobre São Damião e Santa Marianne Cope, que cuidavam dos leprosos em Molokai, e sobre Santa Madre Teresa, cuidando dos doentes e moribundos de Calcutá”.
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O Prelado assinalou que “há santos que estão sendo forjados nesta crise atual. Nunca saberemos seus nomes os suas histórias, mas sei que nos lembraremos destes dias como um tempo no qual homens e mulheres realizaram atos de coragem e de amor por seu próximo”.
"Também estão sendo forjados santos entre as mães e pais que mantêm a esperança em Deus viva para seus filhos em um tempo no qual é preciso ‘se refugiar em casa’”.
“Mesmo em um momento no qual não podemos abraçar nossos entes queridos, ainda podemos amar. E devemos amar".
“Podemos amar, mesmo com a distância social, mesmo através de telefonemas e de plataformas de redes sociais. Podemos rezar uns pelos outros, podemos oferecer sacrifícios, podemos escutar com compreensão", concluiu.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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