28 de jul de 2024 às 01:00
Um artigo de ‘National Catholic Register’ informou sobre os lugares onde, com maior certeza e baseando-se em pesquisas de arqueólogos, estariam os túmulos dos doze apóstolos.
Os doze apóstolos são: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; Tiago Maior (filho de Zebedeu) e seu irmão João; Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago Menor (filho de Alfeu); Simão, o cananeu, Judas Tadeu e Judas Iscariotes, que entregou Jesus. Em substituição a este último, Matias foi nomeado posteriormente.
São Pedro
O artigo do escritor Thomas Craughwell, indica que durante os últimos 100 anos, os arqueólogos quase confirmaram a localização dos túmulos de São Pedro, São Paulo e São João.
Por volta do ano 64, São Pedro foi crucificado de cabeça para baixo por Nero na colina do Vaticano. Os cristãos recuperaram seu corpo e o enterraram em um cemitério próximo. Por volta do ano 326, o imperador Constantino nivelou o que restava da arena e da colina e erigiu uma grande basílica com o altar-mor colocado sobre o túmulo de São Pedro. Mas, depois de séculos de restaurações e reconstruções, a localização do túmulo foi perdida. A tradição continuava insistindo que os ossos de Pedro estavam debaixo do altar-mor de sua basílica, mas ninguém o havia visto em séculos.
Em 1939, os trabalhadores cavavam uma sepultura para o Papa Pio XI nas grutas debaixo de São Pedro, quando um deles sentiu que sua pá não encontrava mais terra. Ao passar uma lanterna pelo buraco, a equipe viu o interior de um mausoléu do século II. A exploração revelou uma necrópole romana inteira e perfeitamente preservada que foi coberta a pedido de Constantino. Diretamente debaixo do altar principal de São Pedro, os arqueólogos encontraram um túmulo simples que continha os ossos de um homem robusto e de idade avançada. Inúmeras orações e petições a São Pedro foram encontradas na parede do túmulo, assim como uma inscrição grega que dizia: "Pedro está dentro". Após anos de estudo, São Paulo VI declarou em 1968 que os ossos daquela sepultura pertenciam a São Pedro.
São João
A tradição indica que São João Evangelista morreu em Éfeso, no local onde hoje é a Turquia, por volta do ano 100. No século IV, depois que Constantino colocou fim à perseguição contra a Igreja, os cristãos de Éfeso construíram uma capela sobre o túmulo do apóstolo. No século V, o imperador Justiniano substituiu a capela por uma grande basílica. Depois que a região foi conquistada pelos turcos, a basílica se tornou uma mesquita que, por sua vez, foi destruída por Tamerlão em 1402. Na década de 1920, equipes arqueológicas da Grécia e da Áustria escavaram os restos da basílica e encontraram o túmulo de São João dentro dela. O túmulo estava vazio e ninguém sabe o que aconteceu com o corpo do apóstolo.
Santo André
Santo André, o primeiro homem a quem Cristo chamou para ser apóstolo, foi o irmão de São Pedro. Diz-se que depois da ascensão de Cristo ao Céu, André levou o Evangelho às terras que, atualmente, são a Rússia e a Ucrânia. Depois, em sua velhice, viajou para a Grécia, onde foi martirizado na cidade de Patras. Os cristãos locais o enterraram lá, mas no ano 357, a maioria de seus ossos foram transladados para Constantinopla. Em 1204, os cruzados italianos saquearam o santuário de Santo André e levaram suas relíquias para Amalfi, onde permanecem até hoje.
Em 1964, São Paulo VI devolveu algumas das relíquias de André à Igreja Ortodoxa Grega e elas foram novamente consagradas na basílica construída sobre o que se acredita ser o túmulo original do apóstolo.
São Tiago Maior
No ano 44, Tiago Maior, irmão de São João, foi martirizado em Jerusalém, sendo o primeiro dos apóstolos a dar a vida pela fé católica. Segundo a tradição, seu corpo foi milagrosamente transportado para o norte da Espanha e enterrado em um cemitério cristão (os espanhóis acreditam que durante as viagens missionárias de Tiago através do Mediterrâneo, ele pregou o evangelho na Espanha).
Uma lenda popular diz que as relíquias do apóstolo permaneceram ali, esquecidas, até o ano 814, quando um eremita chamado Pelayo seguiu uma estrela para um campo aberto e descobriu os restos do apóstolo. Hoje, estão consagrados na Catedral de São Tiago em Santiago de Compostela. Curiosamente, sob a catedral, os arqueólogos encontraram um cemitério cristão do primeiro século.
São Tiago Menor
Tiago Menor serviu como o primeiro bispo de Jerusalém e foi martirizado nesta região: jogado do telhado do templo e, como ainda estava vivo, foi espancado e apedrejado até a morte. Segundo a tradição, São Tiago foi enterrado no Monte das Oliveiras, com vista para Jerusalém. No século VI, o imperador Justiniano II transferiu suas relíquias para Constantinopla. Em algum momento, parte ou talvez todas as relíquias de São Tiago foram transladadas para a Igreja dos Doze Apóstolos em Roma, onde estão atualmente no mesmo santuário com as relíquias de seu companheiro apóstolo, São Felipe.
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São Felipe
Em julho de 2011, arqueólogos trabalhando na Turquia anunciaram que tinham descoberto o que acreditavam ser o túmulo original de São Felipe. O sarcófago romano do primeiro século foi encontrado nos escombros de uma igreja do quarto ou quinto século, dedicada ao apóstolo. Segundo uma tradição registrada no documento apócrifo do século IV, conhecido como Atos de Felipe, por volta do ano 80, o apóstolo foi preso em Hierópolis, pregado pelos pés em uma árvore, de cabeça para baixo e, finalmente, decapitado.
O local do túmulo de São Felipe se tornou um lugar de peregrinação e os arqueólogos descobriram o caminho que conduzia ao Martyrium ou ao santuário dos mártires. O santuário foi destruído no século VII por um violento terremoto e incêndio; as relíquias de São Felipe foram transladadas para Constantinopla e de lá para Roma, onde foram consagradas com as relíquias de São Tiago Menor, na Igreja dos Doze Apóstolos.
Quando os arqueólogos abriram o sarcófago em Hierópolis, não encontraram ossos humanos no túmulo, por isso é possível que os restos mortais de São Felipe estejam preservados na cripta dos Doze Apóstolos em Roma.
Tomé, Bartolomeu, Mateus, Simão, Judas Tadeu e Matias
A antiga tradição diz que São Tomé viajou mais longe do que qualquer dos outros apóstolos, pregando o Evangelho na Índia, onde foi martirizado por um sacerdote hindu que o perfurou com uma lança. Hoje, uma parte dos ossos de São Tomé é reverenciada na Basílica de São Tomé, em Chennai (Índia). De alguma forma, a maioria de seus restos mortais foi transladada para Edessa, na Mesopotâmia. Em 1258, essas relíquias foram levadas para Ortona (Itália), onde são encontradas em um baú de ouro dentro de um altar de mármore branco na Basílica de São Tomé Apóstolo.
Conta-se que depois de Pentecostes, São Bartolomeu levou o cristianismo para a Armênia, onde foi martirizado depois de ser esfolado vivo. Em 809, as relíquias de São Bartolomeu foram transladadas de seu túmulo na Armênia para Lipar, e depois, em 838, para Benevento, no sul da Itália. Em 983, o imperador romano Otto III ergueu em Roma uma igreja na Ilha Tiberina, no rio Tibre; dedicou a igreja a São Bartolomeu e levou para lá uma parte das relíquias do apóstolo. Tanto Roma como Benevento são os principais santuários de São Bartolomeu.
O cobrador de impostos que se tornou evangelista, São Mateus, pregou na Etiópia, onde foi martirizado durante a celebração da Missa. Em 954, as relíquias de São Mateus foram levadas de seu túmulo na Etiópia para a cidade de Salerno, na Itália. As relíquias são veneradas na cripta da catedral de São Mateus de Salerno.
Todos os anos, milhões de peregrinos visitam a Basílica de São Pedro de Roma, e a maioria deles caminha pelo altar que abriga as relíquias do imensamente popular São Judas Tadeu e de São Simão, menos venerado.
A tradição narra que os dois apóstolos viajaram juntos para pregar o evangelho na Pérsia, onde foram martirizados: Judas foi espancado com um pau até a morte e Simão foi cortado ao meio. Não se tem certeza sobre quando suas relíquias foram transferidas para Roma.
Os onze apóstolos sobreviventes escolheram São Matias para substituir Judas Iscariotes, que traiu Nosso Senhor e depois tirou a própria vida. Diz-se que por volta do ano 326, a Imperatriz Santa Helena encontrou o túmulo de São Matias em Jerusalém e enviou suas relíquias aos cristãos de Trier (Alemanha). Seus restos mortais ainda são venerados na Basílica de São Matias de Trier.
Os restos mortais de São Paulo
Embora Saulo de Tarso – mais tarde chamado Paulo – não fizesse parte dos apóstolos que seguiram Jesus, ele também é conhecido como o apóstolo dos gentios.
Segundo a tradição, São Paulo foi decapitado no mesmo dia em que São Pedro foi crucificado. Constantino não se esqueceu de São Paulo: construiu uma basílica sobre o túmulo do apóstolo na Via Ostiense. Em 2009, o Papa Bento XVI anunciou que, após vários anos de estudo, os arqueólogos do Vaticano se sentiram confiantes de que os restos mortais consagrados em um sarcófago debaixo do altar principal da Basílica de São Paulo Fora dos Muros de Roma são, de fato, as relíquias de São Paulo.
“Os fragmentos ósseos, submetidos ao exame do carbono 14 por parte de especialistas que desconheciam a proveniência dos mesmos, resultaram pertencentes a uma pessoa que viveu entre os séculos I e II. Isto parece confirmar a tradição unânime e incontestável, que se trata dos despojos mortais do Apóstolo Paulo”, disse Bento XVI.