BEIRUTE, 2 de set de 2020 às 09:36
No final da Audiência Geral desta quarta-feira, 2 de setembro, o Papa Francisco convocou os fiéis de todo o mundo para um Dia de Oração e Jejum pelo Líbano.
O Santo Padre disse: “Gostaria de convidar a todos a viver um dia universal de oração e jejum pelo Líbano, na próxima sexta-feira, 4 de setembro”.
Além disso, o Papa anunciou que naquele dia enviará o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, a Beirute em seu nome para "expressar minha proximidade e solidariedade".
“Ofereçamos nossas orações por todo o Líbano e por Beirute. Estamos próximos também com o compromisso concreto da caridade, como em outras ocasiões semelhantes”, pediu o Papa.
Nesta linha, o Santo Padre também convidou “os irmãos e irmãs de outras confissões e tradições religiosas a se unirem a esta iniciativa nas modalidades que considerarem mais adequada, mas todos juntos”.
O Pontífice pronunciou estas palavras no pátio de São Damaso do Vaticano diante de cerca de 500 pessoas ao lado de um sacerdote libanês, Pe. Georges Breidi, da Congregação dos Missionários Libaneses Maronitas, que participava da Audiência Geral e portava uma bandeira libanesa.
“Um mês depois da tragédia que atingiu a cidade de Beirute, meus pensamentos ainda vão para o amado Líbano e sua população particularmente afetada. E este sacerdote que está aqui trouxe à audiência a bandeira do Líbano”, disse o Papa.
O Pontífice recordou que “São João Paulo II disse há 30 anos, num momento crucial da história do país, que diante das repetidas tragédias que cada um dos habitantes desta terra conhece, tomemos consciência do extremo perigo que ameaça a própria existência do país. O Líbano não pode ser abandonado em sua solidão”.
Nesse sentido, o Papa destacou que “por mais de cem anos, o Líbano foi um país de esperança” e acrescentou que “mesmo nos períodos mais sombrios de sua história, os libaneses conservaram sua fé em Deus e demonstraram a capacidade de fazer de sua terra um lugar de tolerância, de respeito, de convivência, único na região”.
Além disso, o Santo Padre sublinhou que "o Líbano representa algo mais do que um Estado: o Líbano é uma mensagem de liberdade, é um exemplo de pluralismo tanto para o Oriente como para o Ocidente" por isso, "pelo bem do próprio país, mas também do mundo, não podemos permitir que este patrimônio se perca”.
“Encorajo todos os libaneses a continuar esperando, a recuperar a força e a energia necessárias para repartir. Peço aos políticos e líderes religiosos que se comprometam com sinceridade e transparência no trabalho de reconstrução, deixando cair os interesses partidários e olhando para o bem comum e o futuro da nação. Renovo o convite à comunidade internacional para apoiar o país e ajudá-lo a sair da grave crise sem se envolver nas tensões regionais”, alertou.
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De modo particular, o Papa Francisco dirigiu-se aos habitantes da capital libanesa, Beirute, para que "recuperem a coragem" e acrescentou que "a fé e a oração sejam a vossa força. Não abandonem suas casas e sua herança, não deixem cair o sonho daqueles que acreditaram no futuro de um país belo e próspero”, questionou.
Além disso, o Santo Padre expressou aos “queridos pastores, bispos, sacerdotes, consagrados, consagradas, leigos: continuem acompanhando os fiéis” e aos bispos, sacerdotes: “Peço-lhes zelo apostólico, peço-vos pobreza, nada de luxo, vivam na pobreza com vosso povo. Sejam exemplo de pobreza e humildade”.
“Ajudem seus fiéis e seu povo a se destacar e ser protagonistas de um novo renascimento, todos sejam trabalhadores da harmonia e da renovação do interesse comum, de uma verdadeira cultura do encontro, da convivência na paz, da fraternidade, aquela palavra tão querida a São Francisco: a fraternidade”.
Desta forma, o Papa acrescentou que “esta harmonia seja uma renovação do interesse comum”, uma vez que “sobre este fundamento pode ser assegurada a continuidade da presença cristã e a sua contribuição inestimável para o país, o mundo árabe e toda a região, em um espírito de fraternidade entre todas as tradições religiosas do Líbano".
Finalmente, o Santo Padre convidou a confiar a Maria, Nossa Senhora de Harissa, “nossas angústias e esperanças” e pediu que “Ela apoie aqueles que choram por seus entes queridos e inspire todos aqueles que perderam suas casas, e com eles parte de sua vida, que ele interceda perante o Senhor Jesus para que a terra dos cedros floresça e espalhe o perfume da convivência por toda a região do Oriente Médio "por isso convidou os presentes "a ficarem de pé em silêncio e a rezar juntos pelo Líbano”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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— ACI Digital (@acidigital) September 2, 2020