O papa Francisco e seis cardeais e arcebispos das Américas gravaram um vídeo para incentivar as pessoas do continente a se vacinar contra covid-19. “Vacinar-se, com vacinas autorizadas pelas autoridades competentes, é um ato de amor”, diz o papa em sua mensagem. “E ajudar a que a maioria das pessoas o faça é um ato de amor. Amor a si mesmo, amor aos familiares e amigos, amor a todos os povos. O amor é também social e político, há amor social e amor político, é universal, sempre transbordante de pequenos gestos de caridade pessoal capazes de transformar e melhorar as sociedades,” diz Francisco na peça de propaganda.

O vídeo, que tem versões em inglês, espanhol e português, faz parte da campanha “Depende de você” da Ad Council, empresa sem fins lucrativos dos EUA que produz e distribui propaganda de políticas públicas e causas sociais, e da COVID Creative, iniciativa que reúne líderes políticos, da área da saúde e outros para divulgação de informações e apoio a políticas sobre covid-19.

Produzida com a colaboração do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, a campanha tem como objetivo “aumentar a confiança nas vacinas autorizadas”, segundo Ad Council.

“O papel de mensageiros confiáveis em esclarecer e inspirar suas redes é inegável”, disse Lisa Sherman, presidente e CEO da Ad Council. “Para os mais de um bilhão de católicos do mundo, o papa é um dos mais confiáveis mensageiros e tem uma influência sem paralelo. Estamos extremamente gratos a ele e aos cardeais e arcebispos por emprestar suas vozes e plataformas para ajudar pessoas em todo o mundo a se sentirem mais confiantes nas vacinas.”

Além do papa, falam no vídeo o arcebispo José Horacio Gómez Velasco, de Los Angeles, EUA, o arcebispo da Cidade do México, cardeal Carlos Aguiar Retes, o arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga, o ex-arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Cláudio Hummes, o arcebispo de San Salvador, cardeal Gregorio Rosa Chávez e o arcebispo de Trujillo, Peru, Héctor Miguel Cabrejos Vidarte.

O vídeo será transmitido por Noticias Telemundo e NBC News NOW, num evento de lançamento, no dia 25 de agosto às 15h de Brasília em suas plataformas do YouTube e do Facebook. O evento incluirá debates entre profissionais de saúde e líderes comunitários. A atriz Eva Longoria apresentará o vídeo com o papa.

Facebook, Google/YouTube, WarnerMedia e outros doaram tempo e espaço para aumentar a divulgação do vídeo. O vídeo será mostrado nas Américas, para as quais foi feito, mas também em todo o mundo. Entre os patrocinadores da campanha estão empresas como Amazon, Bank of America, Cisco, Facebook, General Motors, Google/YouTube, Verizon, Walmart, Ford Motor Company, JPMorgan Chase, Mastercard, Unilever etc.

A campanha “Você decide” já gravou diversas mensagens com “informações baseadas em fatos e que salvam vidas para populações hesitantes em relação às vacinas de covid-19”, segundo a Ad Council. Antes do papa, “os influenciadores e mensageiros confiáveis que se envolveram” com o projeto do Ad Council incluíram os ex-presidentes dos EUA Barack Obama, George W. Bush, Bill Clinton, Jimmy Carter e as ex-primeiras-damas Michelle Obama, Laura Bush, Hillary Clinton e Rosalynn Carter, cantores, atores e esportistas famosos dos EUA. Segundo o Ad Council, foram “até agora 1.124 influenciadores para desenvolver 1.638 peças de conteúdo e 50 milhões de pessoas atingidas”.  

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“Líderes e instituições de fé tem um papel tão importante em nos lembrar de nossa humanidade comum”, disse John Bridgeland, co-fundador e CEO da COVID Collaborative. “Com essas palavras poderosas do papa Francisco e dos cardeais e arcebispos de todo o mundo, a mensagem deles vai inspirar milhões a adotar uma atitude de ‘ama teu próximo’ durante esta pandemia”.

O vídeo do papa Francisco aparece em um momento em que a obrigatoriedade ou não da vacina divide católicos. As vacinas disponíveis no mercado usaram para sua fabricação e ou para testes, linhagens de células derivadas de abortos feitos nos 1970. Em sua nota sobre a moralidade de tomar essas vacinas, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) disse, em dezembro de 2020, que as vacinas podiam ser tomadas já que os abortos estavam muito distantes no tempo e não haviam sido feitos para a produção das vacinas. A nota da CDF, no entanto, afirmava que vacinar-se não é uma obrigação moral e, portanto, a vacinação não deveria ser obrigatória. O papa Francisco disse numa entrevista à TV Italiana em janeiro que achava que todos deviam se vacinar, por si mesmos e pelos outros.

Nos EUA, alguns empregadores começaram a exigir de seus funcionários que se vacinem. O Centro Nacional Católico de Bioética dos EUA emitiu uma nota dizendo que, do ponto de vista da doutrina da Igreja, a vacinação não pode ser obrigatória. Vários bispos americanos, no entanto, estão proibindo os padres de suas dioceses de emitir documentos para objeção de consciência contra a vacinação obrigatória imposta por empregadores.

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