Através de uma conversa telefônica com o Arcebispo de Santiago, Chile, Dom Celestino Aós, o Papa Francisco incentivou a buscar a paz e o reencontro.

O Santo Padre conversou brevemente com Dom Aós em 19 de outubro, um dia após a destruição da paróquia da Assunção e da igreja de São Francisco de Borja pelas mãos de uma multidão no contexto da rebelião social no Chile.

“O Santo Padre estava informado sobre o ocorrido”, disse Dom Aós à Rádio Maria Chile.

O Papa Francisco expressou sua proximidade ao povo chileno e os encorajou a "seguir em frente e buscar a paz e o reencontro entre todos, que é nosso caminho e é nossa missão", contou o Arcebispo.

“Quero transmitir a todo o povo chileno, não só aos católicos, a todo o povo do Chile, não só aos católicos, a saudação e a solidariedade do Santo Padre que está perto de nós, que reza por nós, que também pergunta o que se pode fazer para ajudar e para que isso não se repita e sigamos adiante”, acrescentou.

Dom Aós explicou que ao visitar as igrejas destruídas sentiu “o nó por dentro, um arrepio da tragédia. Como é possível que cheguemos a isto", nas duas partes "é brutal".

Além disso, destacou que, embora haja uma perda material, “aos fiéis, à comunidade sofredora nos dói mais” a perda de um lugar onde expressavam sua fé e onde viviam uma vida pastoral.

“A indignação não é apenas para uma imagem, mas principalmente ao povo de Deus e aos crentes”, indicou Dom Aós.

O contexto da violência

Os atos de vandalismo aconteceram em meio a uma convocação para “relembrar” o primeiro ano da rebelião social no Chile, espaço onde alguns grupos incitam a violência.

Nas sucessivas manifestações de meados de outubro de 2019 até hoje, diminuídas em parte pela pandemia de coronavírus, os cidadãos pediram melhorias nas políticas estaduais que proporcionem uma vida mais digna às pessoas.

Nesse cenário, realizou-se o plebiscito constitucional no dia 25 de outubro, ato cívico cujo processo busca lançar as bases para se chegar a respostas às demandas dos cidadãos nos próximos anos.

Sobre isso, o Arcebispo de Santiago exortou a exercer a responsabilidade porque, embora “sejamos cidadãos de um grande país, o definitivo que é o céu”, “antes de chegar ao céu estamos na terra”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

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