Vaticano, 3 de abr de 2019 às 05:00
O Papa Francisco quis oferecer modelos concretos de santidade para a juventude de hoje na Exortação Apostólica Pós-sinodal Christus vivit, apresentada na terça-feira, 2 de abril, na qual explica que “o coração da Igreja está cheio também de jovens santos, que deram a sua vida por Cristo, muitos deles até ao martírio”.
"Constituem magníficos reflexos de Cristo jovem, que resplandecem para nos estimular e tirar fora da sonolência". Nesse sentido, recordou que "o Sínodo salientou que muitos jovens santos fizeram resplandecer os delineamentos da idade juvenil em toda a sua beleza e foram, no seu tempo, verdadeiros profetas de mudança; o seu exemplo mostra do que os jovens são capazes, quando se abrem ao encontro com Cristo”.
Assinalou que "há santos que não conheceram a vida adulta, tendo-nos deixado o testemunho de outra forma de viver a juventude". Em seguida, o Papa quis recordar "ao menos alguns deles, de diferentes momentos da história, que viveram, cada um à sua maneira, a santidade”.
Em primeiro lugar, citou São Sebastião, que viveu no século III. "Era um jovem capitão da guarda pretoriana. Contam que falava de Cristo por toda a parte e procurava converter os seus companheiros, até quando lhe foi ordenado que renunciasse à sua fé. Como não aceitou, fizeram cair uma chuva de flechas sobre ele, mas sobreviveu e continuou a anunciar Cristo sem medo. Por fim, açoitaram-no até à morte".
Falou também de São Francisco de Assis, que "ainda muito jovem e cheio de sonhos, ouviu a chamada de Jesus para ser pobre como Ele e restaurar a Igreja com o seu testemunho. A tudo renunciou com alegria e é o santo da fraternidade universal, o irmão de todos, que louvava o Senhor pelas suas criaturas. Morreu em 1226".
Depois, também falou de Santa Joana d'Arc, que "nasceu em 1412. Era uma jovem do campo que, apesar da sua jovem idade, lutou para defender a França dos invasores. Incompreendida pelo seu aspecto e a sua forma de viver a fé, morreu na fogueira".
Outro exemplo de santidade citado pelo Papa Francisco na Exortação é o Beato Andrew Phû Yên, "um jovem vietnamita do século XVII, era catequista e ajudava os missionários. Foi preso por causa da sua fé e, por não querer renunciar a ela, assassinaram-no. Morreu, dizendo ‘Jesus’".
Nesse mesmo século XVII, viveu "Santa Catarina Tekakwitha, jovem leiga nascida na América do Norte, foi perseguida pela sua fé e, na sua fuga, percorreu a pé mais de 300 quilômetros através de espessas florestas. Consagrou-se a Deus e morreu dizendo: ‘Jesus, eu te amo!’".
"São Domingos Sávio oferecia a Maria todos os seus sofrimentos. Quando São João Bosco lhe ensinou que a santidade implica estar sempre alegre, abriu o seu coração a uma alegria contagiosa. Procurava estar perto dos seus companheiros mais marginalizados e doentes. Morreu em 1857, com a idade de 14 anos, dizendo: ‘Que maravilha eu estou vendo!’”.
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Também citou Santa Teresa do Menino Jesus, “que nasceu em 1873. Com a idade de 15 anos, superando muitas dificuldades, conseguiu entrar num convento carmelita. Viveu o ‘caminhito’ da confiança total no amor do Senhor, propondo-se alimentar, com a sua oração, o fogo do amor que move a Igreja".
Também se referiu ao Beato Zeferino Namuncurá, que “era um jovem argentino, filho de um importante chefe das populações indígenas. Tornou-se seminarista salesiano, cheio de vontade de voltar à sua tribo para levar Jesus Cristo. Morreu em 1905".
Outro modelo de santidade proposto pelo Pontífice é o beato Isidoro Bakanja, "leigo do Congo que dava testemunho da sua fé. Foi longamente torturado por ter proposto o cristianismo a outros jovens. Morreu, perdoando ao seu carrasco, em 1909”.
Em seguida, citou o "Beato Pier Jorge Frassati, que morreu em 1925, ‘era um jovem de uma alegria comunicativa, uma alegria que superava também as muitas dificuldades da sua vida’. Dizia querer retribuir o amor de Jesus, que recebia na Comunhão, visitando e ajudando os pobres".
O Beato Marcel Callo também está entre os exemplos do Papa para as novas gerações. "Um jovem francês, que morreu em 1945. Na Áustria, foi preso num campo de concentração, onde, no meio de duros trabalhos, confortava na fé os seus companheiros de cativeiro".
O último exemplo de santidade proposto pelo Papa Francisco é o da jovem Beata Chiara Badano, "que morreu em 1990, experimentou como o sofrimento pode ser transfigurado pelo amor. A chave da sua paz e da sua alegria era a total confiança no Senhor e a aceitação também da doença como expressão misteriosa da sua vontade para o seu bem e para o bem de todos".
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— ACI Digital (@acidigital) 2 de abril de 2019