Roma, 1 de nov de 2016 às 15:00
Na coletiva de imprensa concedida no voo de regresso da Suécia para Roma, o Papa Francisco explicou que o que a Igreja ensina sobre a ordenação sacerdotal não vai mudar e que a última palavra sobre este tema foi a de São João Paulo II.
A pergunta foi feita pela jornalista sueca Cristina Kaplan, que, para introduzir este tema, referiu-se à líder da igreja luterana na Suécia, a Arcebispa de Upsala, Antje Jackelén, que é casada com o pastor Heinz Jackelén, também luterano.
Nos últimos dias, houve certa agitação nas redes sociais por uma fotografia em que aparece a líder luterana abraçando o Papa Francisco, o qual se aproximou dela como um gesto de cortesia durante a oração ecumênica realizada no dia 31 de outubro na catedral de Lund.
A pergunta de Kaplan na coletiva de imprensa a bordo do avião papal foi a seguinte: “A Suécia, que acolheu este importante encontro ecumênico, tem uma mulher como líder da própria Igreja. O que você acha? É realista pensar nas mulheres sacerdotes também na Igreja Católica, nas próximas décadas? E se não, por que os padres católicos têm medo da concorrência?”.
O Papa respondeu que “sobre a ordenação de mulheres na Igreja Católica, a última palavra é clara, foi dada por São João Paulo II e permanece. Sobre a concorrência... não sei (risos)”.
A jornalista insistiu na pergunta e o Papa reiterou sua resposta para, em seguida, recordar o papel fundamental da mulher na Igreja, algo que já foi mencionado em diversas ocasiões.
Francisco disse que “as mulheres podem fazer muitas coisas melhor do que os homens” e questionou: “O que é mais importante na teologia e na mística da Igreja: os Apóstolos ou Maria no dia de Pentecostes? É Maria! A Igreja é mulher! É a Igreja, e não o Igreja... é a Igreja esposa de Jesus Cristo. É um mistério esponsal”.
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O que estabeleceu São João Paulo II
Em 1994, São João Paulo II escreveu a carta apostólica Ordinatio Sacerdotalis, sobre a ordenação sacerdotal reservada apenas aos homens.
Nesse texto, o Papa Wojtyla assinala que “a ordenação sacerdotal, pela qual se transmite a missão, que Cristo confiou aos seus Apóstolos, de ensinar, santificar e governar os fiéis, foi na Igreja Católica, desde o início e sempre, exclusivamente reservada aos homens”.
Nesse documento, o Pontífice também escreveu: “para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos, declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
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— ACI Digital (@acidigital) 30 de junho de 2016