No discurso do Ângelus de hoje (5), o papa Francisco exortou os fiéis a refletir sobre o milagre da Transfiguração e a ver a mesma beleza nos rostos das pessoas com quem interagimos todos os dias.

No discurso de 5 de março, o papa discutiu a “beleza” mostrada na leitura do Evangelho de domingo de Mateus 17:1-9. Pedro, Tiago e seu irmão João testemunham Cristo “transfigurado diante deles” com seu rosto brilhando “como o sol” e suas roupas “brancas deslumbrantes” enquanto conversava com Moisés e Elias no topo de uma montanha.

Segundo o papa, deve-se “ver a mesma beleza no rosto das pessoas que caminham ao nosso lado todos os dias”, como familiares, amigos e colegas. “Quantos rostos luminosos, quantos sorrisos, quantas rugas, quantas lágrimas e cicatrizes revelam o amor ao nosso redor”.

“Aprendamos a reconhecê-los e a encher nosso coração com eles. E depois ponhamo-nos a caminho para levar também aos outros a luz que recebemos, através de atos concretos de amor, mergulhando mais generosamente nas nossas ocupações quotidianas, amando, servindo e perdoando com maior seriedade e disponibilidade», disse o Santo Padre. “A contemplação das maravilhas de Deus, a contemplação do rosto de Deus, do rosto do Senhor, deve nos mover ao serviço dos outros”.

Refletindo sobre a beleza à qual os apóstolos respondem no relato do Evangelho, o papa perguntou: “Em que consiste essa beleza? O que os discípulos veem? Um efeito especial? Não, não é isso. Eles veem a luz da santidade de Deus brilhando no rosto e nas vestes de Jesus, a imagem perfeita do Pai”, continuou o papa.

“A majestade de Deus, a beleza de Deus é revelada. Mas Deus é Amor. Assim, os discípulos contemplavam com os olhos a beleza e o esplendor do Amor divino encarnado em Cristo. Eles tiveram uma amostra do paraíso. Que surpresa para os discípulos,” disse ele. “Eles tiveram a face do Amor diante de seus olhos por tanto tempo sem nunca terem percebido como era lindo! Só agora eles percebem isso com tanta alegria, com imensa alegria”.

O papa Francisco alertou contra a redução do milagre a simplesmente um “momento mágico”, que ele disse ser “falso, artificial, algo que se dissolveria na névoa do sentimento passageiro”. Ele disse, em vez disso, isso demonstra algo mais profundo.

“Cristo é a luz que orienta nosso caminho como a coluna de fogo para o povo no deserto”, explicou o pontífice. “A beleza de Jesus não afasta os seus discípulos da realidade da vida, mas dá-lhes a força para o seguirem até Jerusalém, até à cruz. A beleza de Cristo não é alienante. Isso sempre traz você para a frente. Não faz você se esconder. Vá em frente!"

A leitura do Evangelho também “traça um caminho para nós”, segundo o Papa Francisco. Segundo ele, a passagem “nos ensina como é importante permanecer com Jesus, mesmo quando não é fácil entender tudo o que ele diz e faz por nós”. Ao ficar com Cristo, disse ele, “aprendemos a reconhecer em seu rosto a beleza luminosa do amor que ele nos dá, mesmo quando traz as marcas da cruz”.

Perto do final de seu discurso, o Papa Francisco pediu às pessoas que se perguntassem se “reconhecem a luz do amor de Deus em nossas vidas” e se “a reconhecem com alegria e gratidão nos rostos das pessoas que nos amam”.

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“Procuramos ao nosso redor os sinais desta luz que enche nossos corações e os abre ao amor e ao serviço? Ou preferimos os fogos de palha dos ídolos que nos alienam e nos fecham em nós mesmos? A grande luz do Senhor e a falsa luz artificial dos ídolos. Qual eu prefiro?”, perguntou o papa.

 

Após seu discurso, o papa Francisco disse que continua rezando pelas vítimas de um acidente de trem em 28 de fevereiro na Grécia, muitas das quais são jovens estudantes. Ele disse que também está orando pelas vítimas de um naufrágio de 26 de fevereiro perto de Crotona, na Itália. O papa também deu as boas-vindas aos peregrinos e pediu às pessoas que continuem rezando por ele.

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