Quatro homens foram condenados por conspiração terrorista pelo assassinato do padre francês Jacques Hammel em 2016 na quarta-feira (9).

O padre de 86 anos foi morto enquanto celebrava missa na igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray, na arquidiocese de Rouen, norte da França, em 26 de julho de 2016.

Outras quatro pessoas foram feitas reféns e um idoso ficou gravemente ferido.

Adel Kermiche e Abdel-Malik Petitjean, que esfaquearam o padre Hamel e feriram o outro homem, foram mortos a tiros pela polícia quando saíam da igreja. Eles tinham ambos 19 anos. Os quatro homens condenados ontem foram acusados de conspirar com os agressores.

Jean-Philippe Jean Louis foi condenado a 13 anos de prisão, Farid Khelil a dez anos e Yassine Sebaihia a oito. O quarto homem, Rachid Kassim, recrutador do Estado Islâmico supostamente morto em um bombardeio no Iraque em 2017, foi condenado à prisão perpétua.

"A justiça foi feita", disse o arcebispo de Rouen, dom Dominique Lebrun, depois da divulgação da sentença.

O tribunal “discerniu o bom do mau o quanto pôde, julgou pelo bem da sociedade, pelo bem dos homens que estavam no banco”, disse o bispo.

O julgamento dos quatro acusados ​​de conspiração terrorista no assassinato do padre Hamel começou em 14 de fevereiro.

O advogado do homem ferido no ataque de 2016 disse que havia uma sensação de "espiritualidade" no tribunal durante o julgamento de três semanas. Três dos condenados pediram perdão por seus crimes.

O arcebispo de Rouen disse que “o silêncio continuará após o veredito”.

“Terei que digerir o que ouvi para meditar sobre isso. O mal é assustador. Perverter a relação com Deus a ponto de matar em seu nome me abalou e me questionou profundamente. Tenho certeza de que eu e minha comunidade somos fiéis ao nosso Deus de amor, justiça e paz? Esta pergunta é a minha missão.”

Lebrun agradeceu à família do padre Hammel e das outras vítimas por terem escolhido "a vida e o oposto ao ódio, isto é, o perdão ou a esperança do perdão".

Em relação aos condenados, destacou ter ouvido que teriam escolhido “o caminho do bom ladrão”.

“Esta é minha oração alimentada por suas palavras fortes e inesperadas. A questão do que será de Yassine, Farid é o tema mais importante. Eles sabem que devem agir de acordo com suas palavras."

“Obrigado à instituição judiciária por se ter colocado ao serviço da verdade, aliás a seu serviço, a nosso serviço”, acrescentou.

Lebrun disse ainda que “violência, mentira, covardia, perversão da fé, miséria moral e falência de nossa sociedade preencheram estas três semanas”.

"Mas nada disso tem a ver com a verdadeira fé que constrói a fraternidade" e tampouco "será capaz de superar o exemplo e o martírio do padre Jacques Hamel, que mostra o caminho da verdadeira vida".

Concluindo, dom Lebrun disse que “a justiça de Deus permanece presente em minha fé. Ele certamente discerne o bem do mal e, sobretudo, persegue o coração do homem até que ele volte à bondade, à fonte do amor, a Ele, Deus, o verdadeiro Deus misericordioso”.

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