O reitor do Santuário do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (RJ), padre Omar Raposo, foi barrado no acesso ao alto do Corcovado por seguranças do Parque Nacional da Tijuca, no sábado, 11 de setembro. Em declarações a um telejornal local, a diretora jurídica da arquidiocese do Rio de Janeiro, Claudia Milione, afirmou que entrará com uma representação criminal contra esses episódios que, segundo nota do Santuário, tem ocorrido “de maneira recorrente”.
Segundo o Santuário do Cristo Redentor, na manhã de sábado, padre Omar Raposo e alguns fiéis “foram impedidos de acessar” o santuário “quando estavam a caminho de um batizado, marcado às 7h30. O sacerdote, a criança e familiares foram travados na guarita localizada na Estrada das Paineiras, que dá acesso ao Santuário”.
O santuário do Cristo Redentor, e todo o platô onde esta a estátua no topo do Corcovado, pertence à arquidiocese do Rio de Janeiro. O entorno é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente e que controla o acesso de veículos na Floresta da Tijuca.
Em uma “nota de repúdio aos atos hostis do ICMBio contra a arquidiocese do Rio de Janeiro”, o Santuário do Cristo Redentor afirmou que, “de maneira recorrente”, o reitor, bispos, religiosos e fiéis convidados a participar de eventos no local “passam por constrangimentos para acessarem o Santuário. Os gestores do Parque Nacional da Tijuca inviabilizam a servidão de passagem, entre outras ações vilipendiosas”.
O Instituto Chico Mendes afirmou em nota que, “por questões de segurança dos frequentadores e conservação ambiental de alguns Parques Nacionais, todos os veículos que acessam as áreas restritas precisam se identificar. Eventualmente, essa checagem pode levar um pouco mais de tempo, devido à quantidade de frequentadores em eventos e nos finais de semana”.
Por sua vez, o santuário disse que “nos últimos meses, a postura dos seguranças do Parque Nacional da Tijuca tem sido hostil em relação ao reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar, e aos funcionários do Santuário”. Dessa forma, afirmou, “o ICMBio, mais uma vez, tem a postura de relativizar a autoridade da Igreja, que cuida, com todo o zelo, do monumento ao Cristo Redentor e do Santuário Cristo Redentor no alto do Morro do Corcovado, cuja propriedade é da Arquidiocese do Rio de Janeiro”.
Em declarações ao telejornal RJ2, da Rede Globo, a diretora jurídica da arquidiocese do Rio de Janeiro, Claudia Milione, afirmou que “a Arquidiocese vai ter que tomar medidas, através de uma representação criminal, justamente para evitar que outros fatos típicos como esse que a gente presenciou hoje [sábado, 11 de setembro], um crime, se repita”.
Episódios recorrentes
Em sua nota de repúdio, o santuário contou que um dos episódios em que pessoas foram barradas ocorreu em 3 de setembro, quando “convidados da Arquidiocese do Rio de Janeiro não puderam chegar ao Santuário Cristo Redentor” para uma celebração litúrgica. “Após a oração, seria oferecido café da manhã gratuitamente aos convidados. O Parque Nacional da Tijuca também vetou o acesso de água aos convidados, violando o direito fundamental à saúde e ao bem-estar dos presentes”, afirmou a nota.
Em outra ocasião, em 2 de setembro, funcionários de empresa terceirizada que faz a iluminação da estátua e “possuem veículos autorizados para o trabalho”, também foram barrados. “Eles estavam subindo para iluminar o monumento na cor verde em uma ação para chamar a atenção da população para a importância da doação de órgãos”, disse. Também “os veículos da Secretaria de Estado de Saúde, cujas informações de placa, modelo e cor já tinham sido enviadas ao Parque Nacional da Tijuca, também foram barrados na guarita”.
O Santuário citou ainda outro caso em que “a fiscalização do ICMBio falhou ao não identificar turistas franceses que ficaram na mata após o encerramento da visitação de domingo”, em 22 de agosto. “Na manhã do dia 23, o monumento foi acessado ilegalmente pelos turistas franceses, que arrombaram os cadeados da porta de acesso ao interior do monumento e subiram até a cabeça e os braços do Cristo Redentor, atentando contra a própria integridade física. O acesso ao monumento sem autorização configurou violação contra a propriedade da Arquidiocese do Rio de Janeiro”, disse.
Além disso, afirmou que “por conta de querelas judiciais entre o Parque Nacional da Tijuca e os lojistas”, as lojas no Alto do Corcovado estão fechadas, inclusive as de alimentação e, por conta disso, “o banheiro mais próximo ao platô (área de visitação do Santuário Cristo Redentor), que ficava no restaurante, também foi fechado, impedindo que o público pudesse utilizá-lo”.
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