MELBOURNE, 13 de mar de 2019 às 10:01
O Cardeal George Pell foi sentenciado no dia 13 de março (horário da Austrália) a seis anos de prisão, após ser condenado em dezembro de 2018 por abuso sexual de dois menores em 1996. Poderá solicitar liberdade condicional depois de cumprir três anos e oito meses de sua sentença.
O juiz principal Peter Kidd apresentou a sentença na Corte do Condado de Victoria, Austrália. As palavras de Kidd foram transmitidas ao vivo durante mais de 70 minutos.
O Prefeito Emérito da Secretaria para a Economia do Vaticano reiterou sua inocência e apelará de sua condenação em junho deste ano.
O Cardeal Pell, de 77 anos, foi preso na prisão de segurança máxima em Melbourne, Austrália, enquanto esperava os resultados da audiência de sentença.
O Purpurado foi condenado por cinco denúncias de abuso sexual baseadas em acusações de que abusou sexualmente de dois menores quando era Arcebispo de Melbourne.
Este foi o segundo julgamento que o Cardeal Pell enfrentou, pois um jurado em um julgamento anterior não chegou a um veredicto unânime. O primeiro jurado chegou a um ponto morto de 10 votos contra e dois a favor do Purpurado.
Sua apelação será baseada em três pontos: a confiança do jurado na evidência de uma vítima única, a irregularidade que evitou que o Cardeal apresente sua declaração de não culpado frente ao jurado e que não tenham permitido à defesa mostrar uma representação visual que apoiava sua alegação de inocência.
Outro Prelado australiano, Dom Philip Wilson, Arcebispo de Adelaide, foi condenado em maio de 2018 por não informar sobre as denúncias de abusos sexuais infantis apresentadas diante dele na década de 1970. Mas, em dezembro do ano passado, um juiz distrital revogou essa condenação, dizendo que havia dúvida razoável de que um crime tivesse sido cometido.
Antes que sua condenação fosse revogada, Dom Wilson cumpriu cerca de 5 dos 12 meses de prisão domiciliar aos quais foi sentenciado.
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A condenação do Cardeal Pell recebeu várias reações. Enquanto muitas personalidades nos meios de comunicação australianos aplaudiram, alguns apresentaram sérios questionamentos, abrindo um intenso debate no país.
Greg Craven, vice-chanceler da Universidade Católica Australiana, sugeriu que o processo judicial foi contaminado pelos meios de comunicação e pelas forças policiais, que trabalharam para “obscurecer o nome” do Purpurado “antes que fosse a julgamento”.
“Esta não é uma história sobre se um jurado acertou ou errou, ou sobre se a justiça prevalece”, disse Craven em um artigo de opinião publicado por ‘The Australian’, em 27 de fevereiro deste ano. “É uma história sobre se, alguma vez, foi dada a um jurado a oportunidade justa para tomar uma decisão, e se nosso sistema de justiça pode ser escutado acima da máfia da mídia”.
O Cardeal Pell foi ordenado sacerdote na Diocese de Ballarat, Austrália, em 1966. Recebeu a ordenação episcopal em 1987 e foi nomeado Bispo Auxiliar de Melbourne. Em 1996, assumiu como Arcebispo de Melbourne.
Depois, o Cardeal Pell foi nomeado Arcebispo de Sydney, de 2001 a 2014, quando o Papa Francisco o nomeou Prefeito da Secretaria para a Economia.
Fez parte do Conselho de Cardeais do Papa Francisco de 2013 a 2018. O Cardeal Pell deixou de ser Prefeito da Secretaria para a Economia do Vaticano em 24 de fevereiro deste ano.
Confira também:
Vaticano informa que Doutrina da Fé investigará caso do Cardeal Pell https://t.co/FA4nPqd0fe
— ACI Digital (@acidigital) 1 de março de 2019