Vaticano, 1 de abr de 2019 às 12:00
O Papa Francisco falou sobre a homossexualidade em sua entrevista ao jornalista espanhol Jordi Évole, transmitida no domingo, 31 de março, pelo canal de televisão ‘La Sexta’, e refletiu sobre se é ou não pecado.
Consultado sobre a frase “quem sou eu para julgar?”, o Santo Padre indicou que “as tendências não são pecado. Se você tem tendência à ira não é pecado. Agora, se está irado e prejudica as pessoas, o pecado está aí”.
“O pecado é atuar, por pensamento, palavra e obra, com liberdade, uma tendência”, disse.
De fato, tal como assinala o Catecismo da Igreja Católica em seu numeral 2358, “um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação”.
“Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição”, acrescenta o Catecismo, que indica no numeral seguinte que “as pessoas homossexuais são chamadas à castidade”.
O Santo Padre também se referiu a algumas declarações suas no voo papal de retorno de Irlanda para Roma em agosto de 2018, quando aconselhou os pais de crianças que apresentam aparente tendência homossexual a recorrer a um psiquiatra.
“Toda pessoa tem direito a ter um pai e uma mãe, a ter um lar. E um pai e uma mãe têm direito a ter um filho, venha como vier a criança. Se há um caso de homossexualidade, eu compreendo que provoca dor à família isso, pela cultura atual, todas essas coisas. Mas, diálogo, diálogo, é pai e mãe, é filha ou filho, mas nunca se tira do lar uma pessoa porque tenha tendência homossexual”.
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Nessa ocasião, disse o Papa, “fiz uma distinção: outra coisa é quando a pessoa é muito jovem, muito pequena e começa a demonstrar sintomas raros e neste caso convém ir... e eu disse ‘psiquiatra’. Naquele momento te sai a palavra que sai quando fala um idioma que não é o teu”.
Referia-se, explicou, ao fato de que se deve “ir a um profissional, a um psicólogo, que mais ou menos veja a que se deve isso antes do diagnóstico”.
“A mídia publicou que o Papa manda os homossexuais ao psiquiatra, e não viram o outro. E isso é má fé”, indicou.
“Estou falando de um jovem que está se desenvolvendo, os pais começam a ver coisas raras. Consultem, por favor, e vão a um profissional e, então, se verá a que se deve, pode ser que não seja homossexual, que se deva a outra coisa”, disse.
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— ACI Digital (@acidigital) 1 de abril de 2019