“Nosso destino é ressuscitar”, disse o papa Francisco na audiência geral de hoje (24). Depois do chamado do Senhor, disse o papa, “a festa chega”.

No início da última catequese do ciclo sobre a velhice, o papa, que chegou à Aula Paulo VI em cadeira de rodas, recordou a Assunção de Nossa Senhora ao Céu: "Este mistério ilumina o cumprimento da graça que plasmou o destino de Maria e ilumina também o nosso. O destino é o céu”.

“De acordo com a fé cristã, o Ressuscitado é o primogênito de muitos irmãos e irmãs. O Senhor Ressuscitado é Aquele que partiu antes, que ressuscitou antes de todos, depois iremos nós: este é o nosso destino: ressuscitar”, disse. "Se o primeiro foi um nascimento na terra, o segundo é o nascimento no céu".

“Quando saímos do ventre da nossa mãe, somos sempre nós, o mesmo ser humano que estava no ventre, assim, após a morte, nascemos no céu, no espaço de Deus, e ainda somos os mesmos que caminhávamos nesta terra", disse ele.

Segundo Francisco, "Ele não virá somente no final para todos, virá cada vez para cada um de nós. Virá procurar-nos para nos levar com Ele".

"Neste sentido, a morte é um pouco como o passo ao encontro de Jesus que está à minha espera para me levar com Ele".

O papa disse que após a morte, nossos rostos serão reconhecíveis e que “nos permitirão permanecer humanos no céu de Deus”.

"Permitir-nos-á participar, com sublime emoção, na infinita e feliz exuberância do ato criador de Deus, cujas intermináveis aventuras experimentaremos pessoalmente", disse.

Francisco também recordou que “quando Jesus fala do Reino de Deus, descreve-o como um banquete de núpcias, como uma festa com amigos, como o trabalho que torna a casa perfeita: é a surpresa que torna a colheita mais rica do que a sementeira".

“Levar a sério as palavras do Evangelho sobre o Reino permite à nossa sensibilidade desfrutar do amor ativo e criativo de Deus, colocando-nos em sintonia com o destino inaudito da vida que semeamos”, disse o papa.

Falando aos velhinhos, o papa explicou que eles devem ser “luz para os outros”: “Toda a nossa vida se manifesta como uma semente que deverá ser enterrada a fim de que nasçam a sua flor e o seu fruto. Ela brotará, juntamente com todo o resto do mundo. Não sem os trabalhos de parto, não sem dores, mas brotará”.

“Não é por acaso que o Senhor Ressuscitado, enquanto espera os Apóstolos na margem do lago, assa alguns peixes (cf. Jo 21, 9) e depois lhos oferece. Este gesto de amor atencioso dá-nos um vislumbre do que nos aguarda quando atravessarmos para a outra margem”, disse o papa Francisco aos milhares de fiéis.

“Sim, caros irmãos e irmãs, especialmente vós, idosos, o melhor da vida ainda deve vir; ‘Mas somos velhos, o que mais devemos ver?’. O melhor, pois o melhor da vida ainda está por vir”, disse Francisco.

Depois destas belas palavras, o papa convidou os fiéis a esperar “esta plenitude de vida que nos espera a todos, quando o Senhor nos chamar.  Que a Mãe do Senhor e nossa Mãe, que nos precedeu no Paraíso, nos restitua a trepidação da expetativa”.

“Pois não é uma espera anestesiada, não é uma espera entediada, não, é uma espera com trepidação: ‘Quando virá o meu Senhor? Quando poderei estar com Ele?’. Há um pouco de medo porque não sei o que significa esta passagem e cruzar aquela porta provoca um pouco de temor”, disse Francisco.

“Mas há sempre a mão do Senhor que nos leva em frente e, após a travessia da porta vem a festa. Estejamos atentos, vocês queridos ‘velhinhos’ e queridas ‘velhinhas’, coetâneos, estejamos atentos, Ele espera por nós, apenas uma passagem e depois a festa”, concluiu o papa Francisco.

Depois da catequese e durante a saudação aos fiéis, o papa recordou que “amanhã celebramos São Luís, Rei da França, modelo de marido, pai e político. Que o exemplo dele sustente o seu testemunho cristão”.

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