Roma, 3 de nov de 2015 às 15:15
O porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, desmentiu que o Papa Francisco tenha admitido que os divorciados recasados poderão receber a comunhão, segundo informou o jornalista Eugenio Scalfari do jornal italiano ‘La Repubblica’.
O Pe. Lombardi explicou que o artigo publicado por Scalfari no último domingo, 1º de novembro, “não é confiável, nem pode ser considerado como algo que o Papa pensa”.
Scalfari escreveu que manteve uma conversação telefônica com o Santo Padre há alguns dias na qual o Papa lhe haveria dito que “as diversas opiniões dos bispos são parte desta modernidade da Igreja e das distintas sociedades nas quais trabalha, mas a meta é a mesma e em relação a admissão dos divorciados aos sacramentos, confirma-se que este princípio foi aceito pelo Sínodo. Este é o resultado final, as avaliações são confiadas aos confessores, mas finalmente, com caminhos mais lentos ou mais rápidos, todos os divorciados que o peçam serão admitidos”.
Em declarações ao National Catholic Register e de acordo com o jornalista Edward Pentin, o porta-voz do Vaticano indicou no dia 2 de novembro que “como ocorreu no passado, Scalfari sublinhou que o Papa supostamente lhe disse, e que muitas vezes não corresponde à realidade, pois ele não grava nem transcreve as palavras exatas do Papa, como ele mesmo disse várias vezes”.
“Então é claro que o que foi reportado por ele no último artigo sobre os divorciados em nova união não é confiável, nem pode ser considerado como algo que o Papa pensa”, precisou.
Em seguida, o Pe. Lombardi disse: “Aqueles que seguiram os eventos precedentes e trabalham na Itália conhecem a forma através da qual Scalfari escreve e sabem bem estas coisas”.
Em outubro de 2013, o Vaticano assinalou uma série de erros na entrevista ao Papa Francisco, publicada pelo jornal italiano ‘La Repubblica’, como por exemplo o fato de seu diretor, o ateu Eugenio Scalfari, não ter gravado nem tomado notas da mesma.
A entrevista, realizada no dia 24 de setembro e publicada em 1º de outubro, gerou certa inquietação entre os católicos e uma série de manchetes descontextualizadas em diversos jornais no mundo.
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Em novembro desse mesmo ano, Scalfari admitiu que algumas das palavras atribuídas ao Papa Francisco no texto da entrevista que publicou em outubro "não foram pronunciadas" pelo Pontífice.
Durante uma reunião com os jornalistas da Associação de Imprensa Estrangeira em Roma, Scalfari revelou que todas suas entrevistas foram realizadas sem um aparelho de gravação e sem tomar notas enquanto a pessoa fala.
"Tento entender a pessoa que estou entrevistando e depois disso escrevo suas respostas com minhas próprias palavras", explicou.
Portanto, admitiu, é possível que "eu tenha publicado algumas das palavras do Papa que na verdade não foram ditas pelo Papa Francisco", disse naquela ocasião.
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